Luciano Bonilha Leão, auxiliar da banda Gurizada Fandangueira, prestou depoimento nesta quarta-feira (9) sobre o incêndio na boate Kiss. O rapaz é um dos quatro réus que respondem pelo homicídio de 242 pessoas em janeiro de 2013. Leão, responsável por acionar o artefato pirotécnico que iniciou o incêndio, declarou que aceitaria ser condenado pelo crime.
Desesperado, ele afirmou: “Tenho consciência tranquila que não foi meu ato que tirou a vida desses jovens. Se for pra tirar as dor dos pais, eu tô pronto, me condenem (…) Se eu tivesse morrido lá, hoje sentada aqui tem a maior joia da minha vida, que é a minha mãe. Ela ia estar ali sentada com eles”, em menção aos familiares das vítimas.
Segundo Luciano, a banda já havia feito duas apresentações bem-sucedidas com o uso de fogos na boate Kiss. O auxiliar explicou que eles não tinham conhecimento de que, durante uma reforma, o teto no palco havia sido rebaixado e revestido de espuma – o que espalhou as chamas rapidamente.
Além disso, o rapaz afirmou desconhecer que tipo de fogo era utilizado e que o artefato não poderia ser utilizado em locais fechados. Foi então que Luciano Bonilha acendeu o fogo de artifício e passou para o vocalista Marcelo de Jesus, como apontou no depoimento.
“Era um fogo azul, pequeno. Peguei uma garrafa de água que estava no cubo do baixo e atirei. O fogo se espalhou”, acrescentou sobre o momento em que as chamas começaram a se espalhar no teto.
O empresário Elissandro Spohr, um dos sócios-proprietários da boate Kiss, prestou depoimento, na última quarta-feira (8), e afirmou que também aceita ser preso, caso essa seja a vontade do júri.