A pandemia do Novo Coronavírus apressou estudiosos de todo o mundo nas pesquisas para identificar um medicamento eficiente no combate da doença.
Após a repercussão na mídia, e do próprio Presidente da República, Jair Bolsonaro, de que o uso de hidroxicloroquina poderia controlar a carga viral do Covid-19, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia resolveu se posicionar, na tarde desta quinta-feira (9), sobre os efeitos da medicação no tratamento da enfermidade.
Em nota oficial, a entidade afirma que os estudos realizados com o composto realmente apresentaram uma queda do vírus significante nos pacientes testados. Contudo, o resultado divide a opinião de especialistas, pois a pesquisa apresenta ‘sérias limitações’. Entre elas, estão o pequeno tamanho amostral (poucos pacientes testados), ausência de benefício clínico, ausência de grupo controle e acompanhamento de curto prazo.
Além disso, os profissionais destacaram que o medicamento só é seguro quando utilizado em quantidades exatas e sem interação com outras drogas, ou cenários clínicos específicos, tornando imprescindível a prescrição médica para o consumo do remédio.
“Devido ao seu índice terapêutico relativamente estreito, pode ocorrer toxicidade cardíaca com prolongamento do intervalo QT, inibição dos canais de sódio, resultando em colapso cardiovascular. Considerando as inúmeras publicações científicas enfatizando a alta frequência e gravidade das manifestações cardíacas da COVID-19, este é um importante sinal de alerta contra o uso indiscriminado da hidroxicloroquina nos casos leves e ambulatoriais da doença”, explicaram.
Segundo a ASBAI, estudos como o da hidroxicloraquina já chegaram a apresentar sinais postivos e posteriormente aumentaram a carga viral, causando uma piora no quadro do paciente. Por este motivo, indicam ser necessário cautela no uso da medicação.
“Esses medicamentos não devem ser prescritos de modo generalizado e indiscriminado nos casos leves e ambulatoriais da doença. Por outro lado, podem
ser prescritos com extrema cautela e em condições clínicas específicas da COVID-19″, explicaram.