A repercussão acerca dos comentários homofóbicos do jogador de vôlei, Maurício Souza, tomou conta da internet na última terça-feira (26). O movimento foi tanto que o atleta acabou sendo afastado, no mesmo dia, do time que tinha contrato, o Minas Tênis Clube.
Contudo, nesta quarta-feira (27), mesmo com a pressão recebida da web e das marcas patrocinadoras, Maurício voltou a defender seu posicionamento, dizendo que era apenas “opinião”, e ainda banalizou o fato de homofobia ser considerada crime no Brasil.
Por isso, ainda na tarde de hoje (27), o Minas Tênis Clube anunciou, em seu perfil oficial do Twitter, que o afastamento do atleta será definitivo e que ele não possui mais um contrato com a empresa.
“O Minas Tênis Clube informa que o atleta Maurício Souza não é mais jogador do Clube”, disse o comunicado oficial.
COMUNICADO OFICIAL – MAURÍCIO SOUZA
O Minas Tênis Clube informa que o atleta Maurício Souza não é mais jogador do Clube.
— Minas Tênis Clube (@MinasTenisClube) October 27, 2021
PRONUNCIAMENTO
Após a repercussão da mídia, o jogador, conhecido por defender publicamente o governo de Jair Bolsonaro (sem partido), fez uma retratação em seu perfil no Twitter na última terça-feira (26).
Na postagem, ele pedia desculpas pela fala preconceituosa, que aconteceu no último dia 12, quando as notícias de que o atual Super-Homem dos quadrinhos é bissexual. Entretanto, o pedido de desculpas foi feito na rede social em que o atleta possuía pouquíssimos seguidores. Logo, após mais pressões do clube e de patrocinadores, Maurício gravou um vídeo para ser postado em seu Instagram, atualmente com mais de 300 mil seguidores.
No pronunciamento, ele pede desculpas afirmando que era apenas “uma opinião” e que sua intenção não era causar nenhum tipo de ofensa. “Eu vim aqui pra pedir desculpas a todos que se sentiram ofendidos com a minha opinião, por eu defender aquilo que eu acredito. Não foi minha intenção. Assim como vocês defendem o que vocês acreditam, eu também tenho o direito de defender o que eu acredito”, começou.
Em seguida, ele alegou sempre tratar bem seus colegas de profissão independente da sexualidade, mas acabou confundindo o termo com identidade de gênero. “Respeito todos, sempre respeitei, dentro e fora de quadra. Eu joguei com vários homossexuais. Nunca desrespeitei, sempre fiz amizade. Não só homossexuais, como também lésbicas, enfim, todo tipo, toda pessoa com gênero diferente”, continuou.
Ainda em seu discurso, Souza disse que estava apenas promovendo “valores de família” em suas publicações, que apresentaram teor preconceituoso contra pessoas LGBTQIA+ mais de uma vez.
“Eu fico triste com tudo o que está acontecendo, porque infelizmente não podemos mais dar opinião. Não podemos mais colocar os valores acima de tudo, valores de família, valores do que a gente acredita. Mas os valores de vocês temos que respeitar a qualquer custo, senão a gente é taxado como homofóbico, como preconceituosos”, disparou.
O atleta ainda afirmou que não sabe o que fez de errado, dizendo que “se fosse crime, ele já estaria preso”. Vale lembrar que homofobia é enquadrada como ilegal no Brasil, com pena de até três anos de prisão.
“Infelizmente chegamos a esse ponto. Os patrocinadores repudiaram, eu não sei o que eu fiz, se foi algum crime. Se fosse crime, eu já estava preso, a polícia já tinha vindo aqui em casa me prender. Eu acho que não foi crime nenhum o que eu fiz. Foi apenas defender o que eu acredito, a minha opinião em cima disso. Se isso ofendeu alguém, eu mais uma vez eu peço desculpas. Não foi minha intenção”, completou.
Por fim, o jogador voltou a afirmar que tudo não passou de uma “opinião” e que ele irá continuar fazendo e pregando o que acredita. “Cada um tem a sua opinião, livre-arbítrio pra fazer o que bem entende. Assim como eu faço o que eu bem entendo. O preço que eu estou pagando e eu vou pagar. Tá bom? Tem problema nenhum. E eu vou continuar jogando e vou continuar fazendo aquilo que eu tenho que fazer, tá certo? Um beijo a todos”, encerrou.