A mulher acusada de matar uma professora grávida em Canelinha, na Grande Florianópolis (SC), foi condenada a 56 anos e dez meses de prisão em regime inicialmente fechado na última quarta-feira (24). O caso aconteceu em agosto do ano passado e a vítima tinha 24 anos.
Em sua pena, entraram os crimes de homicídio qualificado (quando há a intenção de matar), feminicídio, motivo torpe, mediante emboscada e por impossibilitar a defesa da vítima, tentativa de homicídio e mais quatro crimes conexos – ocultação de cadáver, fraude processual, subtração de menor e parto suposto. Além disso, os jurados também acataram, na tentativa de homicídio, o fato de ter sido praticado sem dar chances à vítima.
Os nomes dos envolvidos não foram divulgados pelo risco que se chegue, assim, à bebê, que tem o direito à preservação de sua identificação garantido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Em seu depoimento, a ré ela admitiu que pesquisou na internet sobre o parto e a gravidez para simular os sintomas. Também disse ter planejado todo o crime: desde o chá de bebê falso, para a emboscada, até o lugar do ataque. O viúvo da vítima também contou que, no dia do assassinato, a esposa se preparava para o chá de bebê quando comentou que “nem o marido nem a mãe poderiam falar que sabiam da surpresa”.
RELEMBRE
A vítima, que estava grávida de 36 semanas, foi atraída pela suposta amiga até uma cerâmica desativada, em 27 de agosto de 2020. Lá, levou golpes de tijolos até ficar inconsciente. A acusada, então, cortou a barriga dela para retirar o bebê.
A recém-nascida foi levada pela acusada e pelo marido até o hospital da região, onde ela alegou ter tido um parto espontâneo. De acordo com a denúncia do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), o objetivo da ré era pegar o bebê e criá-lo como se fosse seu filho. A justiça concluiu que o companheiro da acusada não sabia sobre o plano de matar a professora e nem de que a própria esposa simulava uma gravidez.
Antes do julgamento, amigos e familiares da vítima foram para a frente do fórum usando camisetas com o rosto dela e seguravam um cartaz com a frase: “Os dias passam lentos, as horas machucam como espinhos, mas temos forças e confiamos na chegada da justiça”.