A saúde mental dos profissionais de tecnologia já supera as doenças crônicas como motivo principal de consumo de remédios no setor de TI, segundo levantamento da Vidalink. Os dados revelam uma mudança estrutural no ambiente de trabalho e nas demandas por suporte psicológico.
O que mudou na saúde mental dos profissionais de TI?
Um levantamento com mais de 80.000 trabalhadores de 179 empresas mostra que 54,6 % das compras de medicamentos no setor de tecnologia estão ligadas a transtornos mentais
As doenças emocionais superam agora problemas crônicos como hipertensão, diabetes ou cardiovasculares.
Fatores como sobrecarga, home-office, prazos curtos e cultura de alta performance intensificam estresse, ansiedade e esgotamento profissional.

Por que este cenário chama tanta atenção?
- Porque o segmento de tecnologia historicamente era associado a problemas físicos mais do que psicológicos, como postura, tensão muscular ou uso contínuo de telas — agora, a ênfase se desloca para o bem‑estar emocional.
- Porque o consumo elevado de medicamentos para saúde mental implica custos diretos (tratamentos, afastamentos) e indiretos (presenteísmo, rotatividade) para as empresas. Conforme estudo da Vidalink, “para cada US$ 1 investido em melhorias de saúde mental, há um retorno aproximado de US$ 4 em aumento de produtividade”.
- Porque revela que os programas de apoio à saúde mental nas empresas precisam evoluir rapidamente, considerando que transtornos como ansiedade, depressão e burnout se consolidam como norma — e não exceção — no ambiente tecnológico.
Lista resumida de elementos marcantes:
- Mais da metade dos medicamentos comprados no setor de TI destinam‑se a transtornos mentais (≈54,6 %).
- Doenças crônicas perdem posição de principal motivo de uso de medicamentos nesse segmento.
- Pressão por produtividade e modelo híbrido/remoto intensificam risco psíquico.
- Abertura para falar de saúde mental cresce, mas a estrutura de apoio ainda é inconsistente.
Quem está mais exposto ao risco?
A mudança de perfil atinge diferentes perfis de profissionais do setor de tecnologia:
- Profissionais “juniores” ou em início de carreira, que enfrentam curva de aprendizagem intensa, alta cobrança e expectativa de ascensão rápida.
- Funcionários que atuam em regime remoto ou híbrido, com limitação da separação entre vida pessoal e profissional, o que favorece jornadas prolongadas e fadiga.
- Colaboradores de empresas de alta performance, startups ou áreas de inovação, onde a cultura de entrega constante e inovação contínua costuma prevalecer.
- Gestores de equipes técnicas, que além das metas próprias acumulam responsabilidades por pessoas, processos e resultados.

Quais curiosidades envolvem esse fenômeno?
- A cultura corporativa de “ser sempre conectado” e a difusão do home‑office popularizaram o “trabalho sem horário definido” — e segundo especialistas, essa difusão correlaciona‑se com aumento de sintomas de ansiedade e insônia.
- O foco não é apenas evitar adoecer, mas manter a produtividade e engajamento: empresas que investem em saúde mental relatam redução de rotatividade e melhoria de clima organizacional.
- Mesmo com “bem‑estar” em pauta, muitos colaboradores relatam não fazer nada para cuidar da saúde mental: uma edição da Vidalink indicou que 31 % dos participantes não tomam qualquer ação para cuidar da saúde emocional.
Qual deve ser o próximo passo para as empresas e profissionais?
Agora que o dado está claro — que a saúde mental já lidera como motivo de consumo de medicamentos no setor de tecnologia — é hora de transformar a constatação em ação. As empresas precisam incorporar programas estruturados de apoio emocional, políticas de jornada de trabalho saudável, canais de escuta e prevenção, além de promover uma cultura que valorize o descanso e o equilíbrio.
 
			






