O crescimento das apostas online no Brasil tem sido vertiginoso nos últimos anos, impulsionado pela facilidade de acesso, campanhas publicitárias agressivas e a promessa de ganhos rápidos. Entretanto, esse fenômeno também trouxe à tona preocupações sobre os impactos sociais e econômicos do vício em apostas.
O que dizem os números sobre as apostas no Brasil?
Estudos recentes revelam que as apostas online se tornaram uma prática comum entre os brasileiros. Uma pesquisa do DataSenado de outubro de 2024 indicou que 12% da população adulta do país realizou apostas esportivas nos últimos 30 dias. Desses, a maioria gastou até R$ 500, com exceção de 3% que apostaram valores superiores .
No entanto, o impacto financeiro é alarmante. O Itaú estima que os brasileiros perderam cerca de R$ 24 bilhões em apostas online em 2024, considerando a diferença entre o valor apostado e o valor retirado das plataformas . Esse montante equivale a aproximadamente 0,2% do PIB brasileiro.
O vício em apostas: uma preocupação crescente
O vício em apostas, também conhecido como jogo patológico, tem se mostrado um problema significativo. Estudos apontam que cerca de 1,3% da população brasileira, ou aproximadamente 3 milhões de pessoas, enfrentam problemas relacionados a jogos de azar . Além disso, uma pesquisa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) revelou que 38,6% dos apostadores apresentam algum grau de risco ou transtorno relacionado ao vício .
Entre os jovens, o cenário é ainda mais preocupante. Dados do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) indicam que 65,1% dos adolescentes com dependência em apostas estão envolvidos com esse tipo de atividade.
Fatores que contribuem para o vício em apostas
Diversos fatores têm contribuído para o aumento do vício em apostas no Brasil:
- Facilidade de acesso: Com a popularização dos smartphones e a internet, as plataformas de apostas estão ao alcance de todos, a qualquer hora e lugar.
- Campanhas publicitárias agressivas: Celebridades e influenciadores digitais promovem casas de apostas, muitas vezes sem alertar sobre os riscos envolvidos.
- Promessas de ganhos rápidos: A ilusão de enriquecimento fácil atrai muitos, especialmente os mais vulneráveis.
- Falta de regulamentação eficaz: Apesar de avanços, a fiscalização ainda é insuficiente para coibir práticas prejudiciais.
Quem está mais vulnerável?
O vício em apostas não distingue classe social, mas certos grupos estão mais suscetíveis:
- Jovens adultos (18 a 24 anos): Este grupo apresenta a maior taxa de vício, com 7,1% dos indivíduos afetados .
- Pessoas com dificuldades financeiras: Aqueles que enfrentam problemas econômicos podem recorrer às apostas como uma forma de “solução rápida”, aumentando o risco de dependência.
- Indivíduos sem suporte emocional ou psicológico: A falta de apoio pode levar ao uso das apostas como mecanismo de enfrentamento, agravando o quadro de vício.
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O que está sendo feito para combater o vício?
Organizações e profissionais têm se mobilizado para enfrentar o problema:
- Campanhas de conscientização: Iniciativas buscam informar sobre os riscos das apostas e promover o jogo responsável.
- Apoio psicológico: Serviços de terapia e grupos de apoio auxiliam os afetados a lidar com o vício.
- Regulamentação e fiscalização: Esforços para criar e implementar leis que limitem práticas prejudiciais e promovam a segurança dos apostadores.
É hora de refletir
O cenário atual das apostas online no Brasil exige atenção e ação. Embora muitas pessoas apostem de forma recreativa e responsável, um número significativo enfrenta problemas relacionados ao vício. É fundamental que a sociedade, autoridades e plataformas de apostas trabalhem juntas para promover um ambiente seguro e consciente, onde o jogo seja uma atividade de lazer e não uma armadilha financeira e emocional.
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