Desde julho de 2025, um novo capítulo no universo da conectividade começa a ser escrito. Starlink, serviço de internet via satélite da SpaceX, inicia a implementação do sistema Direct-to-Cell, permitindo que smartphones compatíveis se comuniquem diretamente com satélites em órbita baixa sem necessidade de antenas ou redes Wi-Fi. Essa inovação possibilita envio de mensagens de texto e localização, abrindo caminho para uma cobertura móvel inédita em áreas antes isoladas.
A premissa dessa tecnologia é simples: fornecer comunicação quando as redes convencionais não alcançam. Atualmente, países como Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália já contam com o Direct-to-Cell, enquanto outros mercados aguardam acordos com operadoras. A expectativa é que sua expansão ocorra gradualmente, à medida que parcerias comerciais sejam estabelecidas.
Como funciona a conexão de celulares ao Starlink Direct-to-Cell?
A tecnologia Direct-to-Cell transforma cada satélite Starlink em uma espécie de torre de telefonia móvel espacial. Esses satélites conseguem captar sinais de smartphones compatíveis e, na ausência de cobertura 4G ou 5G terrestre, habilitar funções básicas de comunicação como troca de SMS e compartilhamento de localização. O sistema foi pensado tanto para situações de emergência quanto para uso em regiões remotas, possibilitando contato em locais onde antes não havia qualquer possibilidade de sinal.
Para que o smartphone esteja apto a se conectar, é preciso que ele tenha suporte a hardware específico, geralmente encontrado apenas em modelos recentes. Outra condição fundamental é a existência de um acordo entre a operadora de telefonia do usuário e a SpaceX, pois sem essa parceria o serviço não é ativado, mesmo que o aparelho seja compatível.
Quais celulares são compatíveis com Starlink Direct-to-Cell?
Uma das principais dúvidas é a lista de aparelhos que podem usufruir dessa tecnologia. Smartphones de última geração já contam com a infraestrutura necessária, principalmente modelos lançados a partir de 2024. Entre os compatíveis, destacam-se:
- Apple: iPhone 14, 15 e 16 com iOS 18 ou superior
- Samsung: Séries Galaxy S21 em diante, Z Flip 3 ao 6, Fold 3 ou superiores, com One UI 6.1 ou mais recente
- Google: Pixel 9 e modelos posteriores com Android 15+
- Motorola: Razr 2024 e Moto Edge 2024
A compatibilidade não depende apenas do sistema operacional, mas sobretudo de componentes como modem e chipset que suportam padrões 3GPP Release 17 para redes não terrestres. Aparelhos antigos, sem esses padrões, não poderão ser adaptados para a função.
Quando o Direct-to-Cell do Starlink estará disponível no Brasil?
Apesar de a infraestrutura já estar operacional em órbita, a chegada oficial da tecnologia Direct-to-Cell ao Brasil depende de negociações entre SpaceX e as principais operadoras nacionais. O serviço só será liberado após a assinatura desses acordos, e até o momento não há confirmação pública das negociações. Assim que houver liberação, usuários com aparelhos compatíveis terão, potencialmente, acesso à cobertura celular no território inteiro, inclusive em áreas tradicionalmente sem sinal.
O processo de contratação do serviço varia conforme cada operadora. Nos países onde o serviço já é realidade, a ativação para os clientes ocorreu de maneira automática e sem necessidade de instalação de aplicativos, bastando manter a opção de redes satelitais ativa nas configurações do dispositivo.
Quais funcionalidades o Direct-to-Cell Starlink oferece?
Inicialmente, o escopo do Direct-to-Cell está restrito ao envio e recebimento de mensagens de texto e compartilhamento de localização. Futuramente, a SpaceX planeja liberar chamadas de voz e acesso a dados móveis, possibilitando navegação na internet mesmo em ambientes totalmente desconectados da infraestrutura terrestre.
- Mensagens SMS e localização já disponíveis para aparelhos compatíveis.
- Chamadas de voz e dados móveis previstos para os próximos anos.
- Velocidades de conexão que poderão superar 1 Gbps com avanços na geração dos satélites.
Vale ressaltar que a conexão via satélite não substitui, mas complementa as redes móveis existentes. Sua ativação acontece apenas quando não há cobertura convencional disponível, como em regiões remotas, montanhas ou alto-mar.
Quais as vantagens da comunicação via Starlink para a sociedade?
A possibilidade de acesso à comunicação em qualquer lugar promete reduzir drasticamente a chamada brecha digital. Zonas rurais, comunidades isoladas e até cenários de emergência terão acesso a recursos básicos de conectividade e localização. Para entidades como a União Internacional de Telecomunicações (UIT), iniciativas assim são ferramentas estratégicas para inclusão, segurança e avanços em conectividade global.
Enquanto os testes seguem e os acordos avançam, a conectividade direta com satélites se consolida como uma das maiores novidades em telecomunicações em 2025. O futuro aponta para um mundo onde estar conectado independe do acesso à infraestrutura tradicional, colocando literalmente o universo da comunicação ao alcance das mãos, em qualquer ponto do planeta.