Pesquisadores da Coreia do Sul desenvolveram um músculo artificial capaz de levantar até 4 mil vezes o próprio peso, prometendo mudar o futuro da robótica e dos dispositivos vestíveis. A inovação vem do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Ulsan (UNIST) e representa um salto tecnológico inédito ao unir força, leveza e adaptabilidade em um único material.
Qual é a origem do músculo artificial mais forte do mundo?
O novo composto foi criado pela equipe do professor Hoon Eui Jeong, do Departamento de Engenharia Mecânica da UNIST, na cidade de Ulsan, na Coreia do Sul.
O projeto nasceu da busca por superar uma limitação clássica da robótica leve: até agora, os músculos artificiais existentes precisavam escolher entre ser fortes ou flexíveis — nunca ambos.
Com apenas 1,25 grama, o novo músculo pode levantar 5 quilos, equivalente a 4 mil vezes o próprio peso. Em seu estado mais elástico, pode se alongar até 12 vezes o tamanho original, algo inédito em materiais dessa categoria.

Por que esse avanço chama tanta atenção na robótica?
O segredo está na estrutura interna do material, composta por duas redes de polímeros interligadas.
Essas redes combinam ligações químicas covalentes, que garantem alta resistência, com interações físicas reversíveis, que se rompem e se reconstroem mediante estímulos térmicos.
Além disso, os cientistas incorporaram micropartículas magnéticas ao composto, o que permite o controle remoto por campos magnéticos — uma característica ideal para aplicações em ambientes de difícil acesso ou robôs que exigem movimentos precisos.
Quais são os resultados obtidos nos testes?
Nos testes de desempenho, o músculo apresentou resultados surpreendentes:
- Densidade de trabalho: 1.150 kJ/m³ — cerca de 30 vezes superior à dos músculos humanos.
- Eficiência energética: 90,9%, superando a maioria dos materiais robóticos existentes.
- Deformação durante contração: 86,4%, mais do que o dobro da capacidade de um músculo biológico.
Esses números mostram que o novo material não apenas imita, mas supera o desempenho dos músculos humanos, abrindo caminho para uma nova geração de robôs versáteis e próteses inteligentes.
Segundo o professor Jeong, o avanço “elimina a necessidade de escolher entre força e flexibilidade, abrindo caminho para robôs mais adaptáveis e dispositivos vestíveis que se ajustam com precisão ao corpo humano”.
Onde essa tecnologia poderá ser aplicada?
As possibilidades de aplicação são amplas e prometem revolucionar diversas áreas:
- Robôs de assistência para idosos e pessoas com deficiência;
- Próteses biomecânicas mais leves e responsivas;
- Exoesqueletos industriais e de reabilitação muscular;
- Equipamentos médicos de precisão;
- Dispositivos vestíveis inteligentes, que se moldam ao corpo.
A equipe já trabalha em versões aprimoradas do músculo, capazes de realizar torções, rotações e movimentos finos, controlados por aquecimento a laser e campos magnéticos externos.

Quem vai se beneficiar dessa inovação?
O impacto do novo músculo artificial vai muito além da robótica industrial.
Pessoas com mobilidade reduzida, profissionais da saúde, engenheiros de automação e pesquisadores em biotecnologia poderão explorar suas aplicações práticas.
Empresas de tecnologia e startups de robótica vestível também enxergam na descoberta uma oportunidade para criar produtos mais ergonômicos, leves e potentes.
Curiosidades sobre o projeto da UNIST
- O músculo é 12 vezes mais elástico que os anteriores desenvolvidos na Ásia.
- As micropartículas magnéticas permitem ativação sem contato físico.
- A densidade de energia é superior à de motores elétricos miniaturizados.
- O material pode alternar entre maciez e rigidez em milissegundos.
- O estudo foi publicado na revista científica Science Advances.
O que esperar do futuro dos robôs com essa tecnologia?
O próximo passo da equipe sul-coreana é integrar o material em robôs inteligentes e exoesqueletos de suporte humano, ampliando as fronteiras entre engenharia mecânica e biotecnologia.
Combinando força sobre-humana e controle preciso, o novo músculo promete transformar a interação entre humanos e máquinas, criando dispositivos cada vez mais naturais e eficientes.








