A China está empregando inteligência artificial para equipar cães‑robôs armados e enxames de drones como parte da modernização de suas forças armadas. O uso da palavra‑chave “inteligência artificial” aparece desde o início da transformação tecnológica.
O que está por trás dessa aposta em inteligência artificial militar?
A China tem investido em inteligência artificial para modernizar suas forças armadas. Entre as tecnologias em desenvolvimento, destacam-se:
- Cães‑robôs armados capazes de reconhecimento e operações coordenadas.
- Enxames de drones com IA para rastrear alvos e agir em grupo.
- Sistemas de decisão rápida, como o modelo DeepSeek, que aceleram análises estratégicas.
- Busca por soberania algorítmica, reduzindo a dependência de tecnologia estrangeira.
Essa aposta visa reduzir a distância tecnológica em relação aos Estados Unidos, mas levanta debates sobre ética, controle humano e a escalada de uma nova corrida armamentista.

Quais tecnologias estão envolvidas e como funcionam?
A China combina vários sistemas e peças‑chave:
- Cães‑robôs (quadrúpedes) equipados com sensores, câmeras, IA para reconhecimento e, em alguns casos, armamento. Um exemplar foi exibido durante exercícios militares com uma arma montada.
- Enxames de drones ou veículos aéreos não tripulados que utilizam IA para reconhecer, rastrear alvos, operar em formação com autonomia crescente.
- Processamento de imagens de satélite, drones, radares e veículos integrados por IA para acelerar o ciclo de decisão (identificar o alvo → decidir → atuar). Por exemplo, pesquisadores da Universidade Tecnológica de Xi’an afirmam que seu sistema com DeepSeek avaliou 10 000 cenários em 48 segundos, tarefa que levaria 48 horas em método convencional.
- Hardware nacional (como chips da Huawei) para reduzir dependência de tecnologia ocidental, além de tentativa de usar chips da Nvidia, mesmo diante de proibições de exportação dos EUA.
Elementos marcantes nessa modernização
- Desenvolvimento de cães‑robôs prontos para operações urbanas de reconhecimento e combate, em formação ou sob comando remoto.
- Implantação de enxames de drones ou “veículos autônomos de formação” capazes de operar com pouca intervenção humana.
- Redução drástica no tempo de planejamento e execução: analistas relatam redução de horas para segundos graças à IA.
- Ênfase em “soberania tecnológica”: fabricação e uso de IA, modelos, chips e software nacionais para escapar de embargos tecnológicos.
- Presença de licitações militares divulgadas para tecnologia de IA, inclusive para cães‑robôs armados, apesar de pouca confirmação pública sobre execução.
Quem vai se interessar por esse tema?
- Leitores de jornalismo de defesa e geopolítica que buscam entender a correlação entre IA e segurança internacional.
- Profissionais de tecnologia e inovação que acompanham a aplicação militar da IA além do setor civil.
- Estudantes e pesquisadores de relações internacionais, estudos militares ou ética em IA.
- Público geral curioso sobre como novas tecnologias podem transformar o campo de batalha no século XXI.
Curiosidades e pontos de atenção
- A empresa Unitree Robotics, sediada em Hangzhou, produz cães‑robôs civis, mas imagens mostram suas máquinas sendo usadas (ou adaptadas) em contextos militares ligados à China.
- O modelo DeepSeek já aparece em diversas licitações do People’s Liberation Army (PLA) em 2025, enquanto rivais domésticos como o modelo Qwen da Alibaba Group são citados muito menos.
- Um vídeo de 2024 da mídia estatal chinesa mostrou um robô‑cão armado acompanhando tropas em exercícios com a Cambódia, levantando debates éticos internacionais.
- Apesar do foco em autonomia, o comando humano sobre sistemas autônomos continua sendo afirmado como requisito pela China — o que gera um debate sobre até que ponto essa supervisão existe na prática.
Que desafios ou questões permanecem abertas?
- É difícil verificar de forma independente o grau de autonomia real dessas máquinas no campo de batalha. Muitas informações vêm de patentes, licitações ou imagens públicas, mas não há total clareza operacional.
- A escalada desse tipo de tecnologia pode levar a dilemas éticos, legais e de segurança relacionadas a armas autônomas: quem responde por decisões tomadas por IA?
- A corrida tecnológica entre China e Estados Unidos em IA militar pode gerar novos vetores de instabilidade ou proliferação de sistemas de baixo custo e alta letalidade.
- A eficácia real de cães‑robôs ou enxames de drones em combate, especialmente comparada aos custos, ainda carece de estudos abertos.
Qual o impacto dessa evolução para o cenário global de segurança?
A aplicação de inteligência artificial por parte da China em sistemas como cães‑robôs armados e enxames de drones sinaliza que o cenário militar está se transformando rapidamente — o pace da guerra pode diminuir e a disponibilidade de sistemas autônomos pode alterar equilíbrio de poder. Para nações, organizações de defesa e cidadãos, isso exige atenção redobrada à regulação, transparência e à construção de normas internacionais que acompanhem essa evolução.







