Azia, queimação no peito, tosse sem motivo… Se tais sintomas andam atazanando seu dia a dia, é bem provável que você esteja sofrendo de refluxo gastroesofágico. De acordo com pesquisa do Datafolha, esse tipo de queixa é bastante comum, já que a doença atinge 12% dos brasileiros. E não é só por aqui que ele costuma atacar. Conforme dados divulgados pela Federação Brasileira de
Gastroenterologia, trata-se de um dos problemas mais recorrentes do aparelho digestivo – quase metade da população ocidental relata pelo menos um episódio de refluxo por mês. Saiba mais sobre o mal:
Como acontece
Quando ingerimos qualquer alimento, ele passa por uma espécie de tubo, o esôfago, antes de chegar ao nosso estômago. Lá, existe um músculo que desempenha o papel de válvula, regulando a passagem de tudo o que comemos. Às vezes, essa válvula funciona
de maneira inadequada, relaxando quando não deveria ou com uma frequência maior do que a necessária. “Aí, o conteúdo ácido
do estômago faz o caminho inverso, voltando para o esôfago”, explica João Paulo Ripardo, chefe da equipe de cirurgia geral do
Hospital Santa Paula, de São Paulo. Isso pode até acontecer de vez em quando, mas se o incômodo passa a ocorrer com frequência,
fica caracterizada a doença.
Os sintomas
A principal queixa de quem sofre com a doença é a azia, aquela sensação chata de queimação no peito. Também pode ocorrer
a regurgitação, que é quando o conteúdo do estômago sobe tanto que volta para a boca. Podem aparecer, ainda, outros sintomas
não tão comuns, como faringite, tosse, rouquidão e alguns tipos de asma. E, ao contrário do que se imagina, “esses sinais mais raros não necessariamente aparecem nos casos mais graves”, alerta o médico. Eles surgem devido a uma disposição do próprio organismo e podem deixar o diagnóstico mais complicado.
Para detectar a doença
“Geralmente, se não há sinais de gravidade, o diagnóstico é feito na própria consulta com o médico”, diz Ripardo. Mas também é possível identificar o problema através de uma endoscopia ou de um exame que mede a frequência da acidez no esôfago, chamado pHmetria.
Tratamento
Na maioria das vezes, envolve apenas remédios, que aliviam os sintomas chatos. Para os casos mais graves, o médico pode achar
interessante recorrer a cirurgia. O procedimento é indicado para corrigir o defeito da válvula.
Dá pra evitar!
O estilo de vida conta muito pra ficar longe do problema. “Sabe-se que a obesidade está ligada ao refluxo; por isso, praticar exercícios físicos e ter uma alimentação adequada ajudam a evitar a doença”, orienta o médico. Veja sete hábitos que devem ser
incorporados no seu dia a dia:
Faça um prato saudável –
Alguns alimentos (como os muito gordurosos ou condimentados, café, chocolate e derivados de menta) prejudicam o funcionamento da válvula do esôfago. Por isso, devem ser evitados ou ingeridos com moderação. Refeições muito fartas também favorecem o refluxo.
Não beba durante as refeições –
O líquido aumenta o volume e a pressão dentro do estômago. Os refrigerantes, que são gaseificados, intensificam ainda mais esse
processo. Por isso, só beba algo uma hora após as refeições.
Evite roupas apertadas –
Apesar de não ser comum, usar calças ou shorts justos demais pode aumentar a pressão no estômago e favorecer a abertura da válvula.
Diminua o estresse –
Ele também pode piorar os sintomas da doença!
Maneire no álcool –
Consumo da bebida também prejudica o funcionamento da válvula.
Não deite logo após comer –
Apesar de ser tentador, ainda mais nos finais de semana, o hábito de tirar uma soneca depois do almoço piora bastante os sintomas
de quem já sofre com o refluxo. E tente não jantar muito tarde.
Abandone o cigarro –
Além de afetar negativamente as vias respiratórias, o tabaco também influencia diretamente no funcionamento do nosso sistema
digestivo! Ele pode piorar bastante os sintomas de quem já tem refluxo.
Cuidado com o sal de fruta: se frequentemente você recorre a ele para aliviar a azia, pode estar mascarando os sinais do refluxo!