Que atire o primeiro pente fino a mãe que nunca coçou a cabeça só de pensar na palavra P-I-O-L-H-O! A infestação desses minúsculos artrópodes pode ser um pesadelo para pais e filhos, especialmente para quem tem crianças em idade escolar. Mas não se preocupe, estamos aqui para ajudar!
Na coluna da semana, você vai encontrar dicas práticas para prevenir, identificar e tratar piolhos de forma eficaz, mantendo a tranquilidade e a saúde da sua família. Além disso, vai saber como as escolas se previnem desse mal.
Coça coça em sala de aula
É no ambiente escolar que, habitualmente, os piolhos passam de cabeça em cabeça das crianças. Acostumados a brincar juntos, é natural que a proximidade dos corpos acabe favorecendo a infestação.
A psicopedagoga Ana Cristina de Lima Alves, que leciona há mais de 30 anos com crianças do ensino fundamental, explica que, ao encontrar uma criança com piolhos, a escola deve comunicar imediatamente a família da criança, solicitando o afastamento e reforçando a importância sobre cuidados com a saúde da criança. “Em seguida, deve enviar um comunicado a todas as famílias da classe onde a criança estuda para alertar sobre o ocorrido, mas sem expor nome ou dar qualquer indício que possa identificar a criança com piolho. E, por fim, deve enviar um comunicado para alertar todas as famílias das escola para que fiquem atentos sobre o assunto”, pontua. Além disso, as escolas devem orientar, com frequência, todos os alunos para que não compartilhem objetos pessoais com os colegas de classe, ressaltando a importância de manter os cuidados básicos com higiene pessoal.
Outra medida que normalmente as escolas tomam ao saber que uma determinada criança está com piolhos é sugerir alguns passos para os pais e responsáveis sobre como proceder. “O papel da escola é orientar os pais a procurar ajuda médica, que irá passar o melhor tratamento para resolver o problema. É importante que o aluno sinta o apoio da escola e a segurança por parte dos pais”, comenta Ana Cristina. Já sobre piadas entre coleguinhas que eventualmente possam surgir, é preciso conversar com todos: “É fundamental não expor a criança, mas, caso isto ocorra, é importante ter cautela e conversar com os alunos sobre o assunto, pois é algo que pode acontecer com todo mundo. E como em tudo na vida, o respeito é a base e deve ser ensinada em todos os momentos, seja na escola, como em casa. Mas se necessário é feito um trabalho coletivo com todos sobre o assunto.
Entretanto, mesmo com todo o cuidados de pais e escolas, sabemos que nem sempre dá tempo de “proteger” nossos filhos. Laura Santos*, mãe de Rafael*, de 5 anos, conta que todos os dias dá uma olhada superficial no cabelo do filho. Porém, isso não foi suficiente para que a criança não pegasse os temíveis piolhos. “Quando eu era criança, peguei piolho na escola e lembro, como se fosse hoje, da minha avó jogando um pó na minha cabeça. Hoje me dá vontade de rir desse episódio, mas lembro que ficava apavorada com a coceira. Então, como o cabelo do meu filho é maiorzinho e cacheado, em sempre olho para evitar que ele passe pelo mesmo que passei. Porém, de duas semanas pra cá, tenho percebido ele coçar a cabeça. Já procurei algumas vezes e não achei nada, mas fico sempre de olho, já que a escola comunicou que um coleguinha dele está afastado por estar com pediculose”, diz.
Mas, afinal, quando a criança pode voltar à rotina quando pega piolho? “A volta para a escola só é recomendada quando autorizada pelo médico. Nunca antes”, diz Ana Cristina. E complementa: “É importante deixar os pais e alunos cientes das responsabilidades, primeiro com a saúde da criança que pegou piolho e depois com as crianças que convivem com ela”.
Direto do ponto
A lêndea que vira piolho; o piolho que coloca a lêndea. Sim, o ciclo dos piolhos é bastante chatinho. Porém, com a medidas certas, sim, é perfeitamente possível acabar com eles de vez.
Segundo a pediatra Andréa Patente, pais precisam verificar frequentemente o cabelo e o couro cabeludo da criança e fazer o uso do pente-fino semanalmente. Além disso, há algumas medidas preventivas que devem ser adotadas para evitar que a criança pegue piolho na escola. “Evitar o compartilhamento de roupas, toalhas, acessórios de cabelo e objetos de uso pessoal, bem como contato direto com pessoas infectadas”, sugere.
A seguir, Andréa dá mais detalhes sobre como identificar se os pequenos estão com os temíveis piolhos e o que fazer.
Aventuras Maternas – Como posso verificar se meu filho tem piolho?
Andréa Patente – A criança pode apresentar muita coceira em couro cabeludo, podendo chegar ao pescoço e tronco; pode apresentar pontos avermelhados semelhantes à picada de insetos; e presença do parasita-piolho e de seus ovos-lêndeas, que são encontrados na haste do fio de cabelo.
Aventuras Maternas – Quais são os sinais de que meu filho pode estar com piolho?
Andréa Patente – Os mesmos sinais descritos acima e confirmação da presença do parasita em inspeção do cabelo ou em uso do pente fino.
Aventuras Maternas – Como devo lidar com piolhos se meu filho já estiver com eles?
Andréa Patente – Uso da medicação, lavagem do cabelo com xampu ou uso da loção recomendada pelo pediatra. Passar o pente-fino para a retirada das lendeas e avaliação visual para retirada do piolho. Somente o uso das medicações não completa o tratamento.
Aventuras Maternas – O que devo fazer com os itens pessoais do meu filho, como chapéus e travesseiros, durante o tratamento?
Andréa Patente – Trocar fronha, lençol e pijamas todos os dias até o término da infestação; lavar com água quente, não é preciso ferver; passar a ferro ou secar em máquina própria.
Aventuras Maternas – Quando é apropriado retomar a escola após o tratamento para piolho?
Andréa Patente – Assim que for tratado pode retornar a escola; não tem indicação de afastamento
Aventuras Maternas – Quais são os erros comuns que os pais devem evitar ao tratar piolhos?
Andréa Patente – Evite usar medicação por conta própria, consulte sempre o pediatra/ médico da família antes.
Aventuras Maternas – Como conversar com a escola sobre um caso de piolho na turma?
Andréa Patente – Passar a informação para a escola na suspeita ou presença do piolho na criança, impedindo/evitando, assim, que outras tenham contato.
Aventuras Maternas – Quais produtos ou remédios são mais recomendados para o tratamento de piolhos em crianças pequenas?
Andréa Patente – Crianças menores de 1 ano, uso de pente fino e avaliação visual para retirada dos parasitas. Crianças maiores, uso de loção/xampu ou sabonete para tratamento.
Em tempo: A seguir, Andréa sugere uma medida caseira: uso de água e vinagre na mesma proporção – aplicar no couro cabeludo deixando agir por algumas horas, lavar com xampu neutro e passar o pente para a retirada.
“A medicação mais indicada é a Permetrina, loção ou xampu que deve ser aplicada e mantida por até 8h no couro cabeludo, sendo retirada com lavagem do cabelo e uso do pente ao término”, diz. E complementa: “Lembre- se de consultar seu pediatra, caso o tratamento não tenha sucesso”, conclui.