A aposentadoria é o sonho de muitas pessoas. Entretanto, nem sempre existe o preparo necessário para viver com estabilidade e segurança após tantos anos de trabalho e contribuição. Afinal, como ter uma boa longevidade financeira? É possível garantir qualidade na terceira idade?
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que os idosos – pessoas com mais de 60 anos – representam 15,6% da população brasileira. As projeções indicam que até 2046, esse grupo corresponderá a 28% da população.
Com o aumento da expectativa de vida no Brasil, pensar na longevidade financeira tornou-se imprescindível, sobretudo diante de um cenário em que o sustento de grande parte dos aposentados depende exclusivamente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“A expectativa de vida do brasileiro tem crescido a cada ano e a longevidade desponta como um grande presente para todos nós. Paralelamente a isso, temos o desafio e a responsabilidade de nos prepararmos financeiramente para o futuro. Dentro deste contexto, estamos certos de que a previdência privada e a educação financeira de longo prazo cumpre um papel fundamental”, diz Carlos Gilberto Crippa, presidente do Conselho Deliberativo da Quanta Previdência.
Segundo o Raio X do Investidor Brasileiro, divulgado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), 92% dos aposentados no Brasil têm como principal fonte de renda o INSS.
Alexandre Espirito Santo, coordenador de Economia e Finanças da ESPM e Sócio e Economista da Way Investimentos, afirma que esse dado é preocupante, afinal, evidencia a fragilidade da preparação financeira da população para a aposentadoria.
“No Brasil, a origem do benefício do aposentado é o trabalhador que está na ativa. A partir do ano 2050, teremos o mesmo número de contribuintes e beneficiários e, depois, a gangorra pende para mais beneficiários do que contribuintes. Ou seja, o país está envelhecendo de forma acelerada, as pessoas estão vivendo mais e o sistema pode ficar insolvente daqui a algumas décadas. O curto prazo é, de alguma forma, administrável, mas no longo é problema certo”, diz à AnaMaria.
Somente 3% dos aposentados conseguem manter-se com a previdência privada. Esse percentual é semelhante ao dos que vivem de salários próprios ou de suas empresas, indicando que uma parte significativa ainda precisa trabalhar mesmo após a aposentadoria. Já outros 2% dos aposentados dependem do apoio financeiro da família ou dos filhos, e apenas 1% conseguem viver de pensões, aluguéis ou aplicações financeiras.
O que é longevidade financeira?
Longevidade Financeira é o nome dado para uma aposentadoria segura e tranquila. Trata-se da capacidade de uma pessoa ter recursos financeiros ao longo de toda a vida. Para atingi-la existe um desafio: ter planejamento.
Afinal, como planejar uma aposentadoria segura e de qualidade?
Apenas duas em cada dez pessoas se preparam financeiramente para a aposentadoria. O dado escancara a necessidade urgente de uma maior conscientização sobre a importância do planejamento financeiro de longo prazo.
“Precisamos fazer os jovens pensarem que a aposentadoria deve ser planejada e que o tempo joga a seu favor. Os jovens devem ser orientados a fazerem programas de aposentadoria complementar, à disposição no mercado financeiro através de produtos como PGBL, VGBL e até por meio de títulos de emissão do Tesouro Nacional, via site do Tesouro Direto”, indica Alexandre.
Para o professor, esse planejamento deve começar o quanto antes, de preferência ainda durante a infância. Ou seja, o ideal é que os pais poupem para que os filhos tenham uma aposentadoria segura, tranquila e de qualidade no futuro.
O que é possível fazer agora?
Mas e quem já está aposentado, será que é possível fazer algo para ter longevidade financera? Ou seja, existe alguma alternativa para ter segurança, tranquilidade e qualidade na terceira idade?
Segundo Alexandre, dependendo da idade não há muito o que fazer. “O tempo é a favor da acumulação do capital. Se o cidadão só tem o INSS como fonte de renda ele precisaria considerar investir em produtos do mercado financeiro, como fundos de renda fixa ou títulos que, por exemplo, tem isenção de IR, como LCI, LCA e debêntures incentivadas. São alternativas interessantes, mas que precisam de orientação de um profissional de investimentos”, destaca.
Neste contexto, a previdência privada surge como uma alternativa cada vez mais relevante. Embora ainda seja responsável pelo sustento de apenas uma pequena parcela dos aposentados, sua importância deve crescer nos próximos anos.
“É preciso que jovens e adultos comecem a pensar desde já em como desejam envelhecer. O planejamento financeiro adequado, incluindo a adesão à previdência privada, pode ser o caminho para garantir uma aposentadoria tranquila e segura”, ressalta Crippa.
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