O ano está prestes a encerrar e 2025 já está batendo na porta. No setor financeiro, os primeiros meses tendem a ser os mais c complicados para os brasileiros, afinal, as contas mais ‘pesadas’ começam a chegar. IPTU, IPVA, material escolar são apenas algumas delas. Você sabe como se preparar para as contas de começo de ano?
De acordo com Gean Duarte, especialista em renda fixa da Me Poupe!, essas despesas aparecem todas de uma vez e, portanto, é muito fácil de atrapalhar o orçamento, sobretudo para quem não se organiza financeiramente para lidar com essas contas.
À AnaMaria, ele conta que as mais pesadas são:
- IPTU e IPVA: são obrigatórios e geralmente têm um valor alto, principalmente se você mora em uma cidade grande ou tem um carro mais caro;
- Material escolar: lista gigante, preços absurdos, e ainda tem o uniforme;
- Fatura do cartão: muitos acabam gastando além da conta no Natal, Réveillon e nas férias, e a conta chega em janeiro;
- Seguros e renovações: seguro do carro, matrícula escolar, e até ajustes anuais em contratos de aluguel.
“Muitas pessoas só lembram do IPTU e IPVA quando a cobrança chega, mas eles não são uma surpresa: vêm todo ano, na mesma época. Além disso, dezembro é o mês das tentações, dos presentes, da ceia, das viagens e festas. Ou seja, tudo isso compromete o orçamento. Para completar, algumas pessoas nem sabem quanto gastaram ou quanto precisariam para o início do ano. Exemplo: quem gasta todo o 13º com presentes e festas, sem separar nada para janeiro, acaba sofrendo”, afirma Gean.
Como se preparar para as contas de começo de ano?
Se você quer começar o ano com mais tranquilidade, Gean listou algumas sugestões práticas. Confira!
- Monte uma reserva mensal: divida os valores de IPTU, IPVA e outras despesas em 12 partes e guarde todo mês. Exemplo: se o IPTU é R$ 1.200, guarde R$ 100 por mês;
- Negocie e compre com inteligência: no caso do material escolar, pesquise preços, aproveite promoções e veja se tem itens que podem ser reaproveitados do ano anterior. Para o IPTU e IPVA, veja o desconto para pagamento à vista ou escolha o parcelamento sem juros;
- Faça cortes temporários: ajuste o lazer e outras despesas não essenciais. Exemplo: evite comer fora por algumas semanas para sobrar mais dinheiro para as contas grandes;
- Organize as prioridades: coloque no papel todas as contas do começo do ano e classifique em: essenciais (como IPVA, aluguel, escola) e ajustáveis (como cortar supérfluos do mercado ou renegociar dívidas);
- Planeje melhor o próximo ano: use o aperto de agora como aprendizado para 2025. Faça uma planilha e antecipe os gastos fixos do ano.
“O segredo é lembrar que o começo do ano não é uma surpresa. Planejar com antecedência, reduzir gastos em dezembro, guardar uma parte do 13º e ter uma reserva para essas contas vai te deixar no controle. Assim, você começa o ano focado no que importa, sem o peso das dívidas”, recomenda o especialista.
Não deu para arcar com as contas do começo do ano e agora?
Quem não se planejou e ficou com o orçamento perdido para arcar com as contas do começo do ano, mantenha a calma. Gean afirma que “nem tudo precisa ser resolvido de uma vez”. Por isso, o primeiro passo é colocar as despesas em ordem de prioridade.
- Pague o que tem penalidade grave se atrasar. Exemplo: IPVA atrasado impede o licenciamento do carro, o que pode gerar multa ou até apreensão do veículo;
- Cuidado com serviços essenciais. Água, luz e aluguel precisam ser mantidos para evitar problemas maiores;
Material escolar pode ser negociado: compre o essencial primeiro e o restante ao longo do semestre.
O especialista destaca que, na falta de dinheiro, o ideal é não buscar um empréstimo caro, mas sim buscar alternativas. “Negocie descontos para pagamentos à vista ou condições melhores para parcelar e ajuste outras despesas do mês, como lazer e mercado, para dar prioridade ao que é mais importante”, diz.
Quem pensou na possibilidade de parcelar as contas precisa analisar se é uma boa opção ou não. Ou seja, o parcelamento só é bem visto quando não tem juros ou quando não compromete outros meses – avalie se o desconto à vista não é mais vantajoso.
“Se for parcelar, faça isso com contas essenciais, como escola ou seguro, mas sempre dentro de um planejamento. O risco é acabar criando uma “bola de neve” que vai durar o ano inteiro”, lembra Gean.
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