A crescente presença do escorpião em áreas urbanas e rurais no Brasil está alarmando especialistas e aumentando o número de mortes causadas por animais peçonhentos no país. Recentemente, esses aracnídeos passaram a ser os principais responsáveis por óbitos relacionados a picadas, superando até as serpentes. Em um cenário de urbanização acelerada e mudanças climáticas, o contato com escorpiões se tornou mais comum — e os riscos para a saúde pública, mais elevados.
Os escorpiões, principalmente o escorpião amarelo, são extremamente venenosos e perigosos. Entender como reagir em caso de picada ou ao se deparar com um desses animais pode ser essencial para evitar consequências graves.
O que explica o aumento dos escorpiões nas cidades?
O escorpião amarelo, presente em boa parte do sudeste e centro-oeste, é uma espécie particularmente adaptável às mudanças urbanas. A urbanização desordenada oferece a esses animais um ambiente propício, com pouco controle de resíduos e uma oferta abundante de presas, como as baratas. Isso cria um ecossistema perfeito para a proliferação do escorpião amarelo, que se destaca por sua capacidade de reprodução assexuada – o que aumenta ainda mais a sua presença em áreas urbanas.
Além disso, o aquecimento global tem acelerado o metabolismo dos escorpiões, tornando-os mais ativos e estimulando a reprodução. O aumento das temperaturas é um fator-chave na multiplicação desses animais, o que contribui diretamente para o crescimento do número de acidentes com picadas.
Como proceder ao encontrar um escorpião?
Caso você se depare com um escorpião em sua casa ou em locais públicos, algumas medidas preventivas são recomendadas:
- Não tente capturá-lo com as mãos: use uma pá ou um objeto longo para evitar o contato direto;
- Aplique medidas de segurança no ambiente: se telas de proteção em ralos, mantenha o ambiente limpo e livre de baratas, que são o principal alimento dos escorpiões;
- Notifique as autoridades de controle de zoonoses: alguns municípios têm equipes especializadas no manejo de animais peçonhentos.
Essas ações são importantes, pois a captura inadequada do escorpião pode resultar em picadas. Além disso, evitar acúmulo de entulhos e manter a casa livre de resíduos orgânicos também ajudam a prevenir infestações.
O que fazer em caso de picada de escorpião?
Uma picada de escorpião pode provocar desde dor intensa até sintomas mais graves, como dificuldade respiratória e alterações na frequência cardíaca. Os cuidados devem ser tomados imediatamente, principalmente no caso de crianças e idosos, que correm maior risco de reações severas. Veja o que fazer:
- Lave o local da picada com água e sabão: isso ajuda a reduzir a chance de infecção;
- Aplique compressas frias: evite o uso de gelo diretamente, pois o frio extremo pode piorar o quadro;
- Procure imediatamente uma unidade de saúde: somente no hospital é possível receber o tratamento adequado, e em casos graves, o soro antiescorpiônico é necessário para neutralizar o veneno.
É importante lembrar que o soro antiescorpiônico, produzido no Instituto Butantan, é a única medida eficaz para evitar complicações em casos graves. A rapidez no atendimento médico é fundamental, pois o veneno age rapidamente e pode causar sintomas severos, como choque e falência respiratória, em pouco tempo.
Com o aumento da presença do escorpião em ambientes urbanos, o risco de picadas e até de mortes relacionadas ao veneno desses animais vem crescendo. Ações preventivas e conhecimento sobre como proceder em caso de picada são fundamentais para minimizar riscos e proteger a saúde, especialmente em áreas com maior incidência do escorpião amarelo. A prevenção, a agilidade no atendimento médico e o uso do antídoto são as principais armas para lidar com essa crescente ameaça.
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