O Brasil é o país com a maior taxa de pessoas com depressão da América Latina. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 5,8% dos brasileiros têm depressão. Estima-se ainda que entre 20% e 25% da população já teve, tem ou ainda sofrerá com ela.
Por isso, estar bem informado sobre o tema é fundamental tanto para quem se encontra nessa situação quanto para quem tem pessoas queridas sofrendo com a doença e busca meios para ajudar.
“O mais importante é ouvir, acolher, buscar conhecimento sobre esse mal, e não agir de acordo com o senso comum, dizendo coisas do tipo ‘vai ficar tudo bem’. Dê apoio com honestidade. Muitas vezes, a frase ‘Eu não sei o que falar, mas eu estou nessa com você’ pode ser a melhor ajuda”, explica Louise Quintella, psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental (@queridapsicologa).
Também é importante incentivar a procura por um psicólogo e fazer uso dos medicamentos quando prescrito por um psiquiatra. Confira mais dicas da especialista.
OUÇA E ACOLHA, SEM JULGAR
Por mais que uma pessoa com depressão diga que não quer conversar, persista. Uma hora o silêncio será rompido e essa é a sua chance para ouvir, acolher e apoiar, sem julgamentos.
INCENTIVE A PROCURAR AJUDA PROFISSIONAL
Há de se considerar que algumas necessidades apenas um profissional poderá sanar. Inicialmente, a pessoa se recusará a procurar orientação médica, mas é preciso insistir. Sugira um bom psiquiatra, diga que irá marcar a consulta e a acompanhe para que ela tenha maior segurança. Falar sobre a depressão ajuda no processo para aceitar ajuda.
COMPREENDA A DEPRESSÃO
Não se deixe levar pelo preconceito. A depressão é uma doença grave e é preciso compreender e respeitar quem passa por isso. Com essa informação bem estabelecida, a chance de perder a paciência ou desacreditar de quem tem a doença é menor. Entenda também que os melhores esforços não terão efeito sem ajuda médica especializada.
INCENTIVE A PRÁTICA DE ESPORTES E ATIVIDADES PRAZEROSAS
A prática de esportes também é uma forte aliada. Paralelo ao tratamento médico, a atividade física traz significativas melhoras para o humor e a qualidade de vida. Os esportes coletivos são uma ótima alternativa, também, para ampliar a sociabilização. Ioga, pilates e meditação ajudam com autoconhecimento e autoaceitação.
UTILIZE O REFORÇO POSITIVO
Quem está deprimido, normalmente, questiona o motivo de merecer a preocupação de alguém ou de precisar sair da cama ou de casa. Quem se propõe a ajudar precisa aprender a oferecer um reforço positivo. Pontuar e elogiar pequenas realizações do cotidiano é uma forma de ajudar a vencer pequenas metas.
RESPEITE O SILÊNCIO NECESSÁRIO
Um abraço e a companhia silenciosa, algumas vezes, é o suficiente para ajudar. A solidão interior poderá ser compassada com a presença de alguém querido, ainda que o corpo e a mente não encontrem forças para conquistar algo a mais em determinado momento. Dentro dessa lógica, saber a hora de afastar-se um pouco e dar o espaço necessário para que a pessoas respire é importante, desde que não haja risco eminente.
NÃO IGNORE INDÍCIOS SUICIDAS
Pesquisas indicam ainda que 50% das pessoas que tentam o suicídio realmente conseguem tirar a própria vida, e 35% das tentativas que não deram certo são repetidas em até um ano. Por isso, nunca ignore esse pedido de ajuda. Incentive a pessoa a buscar apoio médico urgente. Se possível, converse com o especialista antes, deixando essa possibilidade clara para ele.
DESENCORAJE O CONSUMO DE DROGAS E ÁLCOOL
Essas drogas funcionam como válvulas de escapa e podem piorar o quadro, principalmente, se a pessoa estiver tomando remédios. Incentive a pessoa a se distrair de outra forma.
SINTOMAS
- Humor instável com irritabilidade, tristeza, ansiedade e angústia oscilando entre si; Alteração de sono e/ou apetite;
- Sensação de cansaço desde o momento em que acorda e muito desânimo;
- Desinteresse pelas coisas;
- Sensação de vazio, de falta de sentido na vida;
- Baixa autoestima;
- Dificuldade de concentração e raciocínio lento;
- Pessimismo e sentimento de culpa.