A nova cepa do novo coronavírus identificada na África do Sul é mais transmissível que as demais variantes. A informação foi divulgada em um painel de cientistas que assessoram o ministro da Saúde, Zweli Mkhize. Ainda de acordo com a comissão, esta cepa facilitou o início de uma segunda onda de casos no país.
O assunto ganhou maior evidência desde a última segunda-feira (4), quando o secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, disse que a variante sul-africana é mais perigosa, levando o Reino Unido a suspender voos entre os dois países. Após as declarações de Hancock, Mkhize classificou os comentários do britânico como “infelizes” e sem base em evidências.
De acordo com Ian Sanne, médico de doenças infecciosas e que coordena a Right to Care, uma ONG que oferece tratamento às pessoas com HIV e doenças associadas, não há evidências de que a nova cepa leva à casos mais graves ou a uma forma diferente da doença. Além disso, as taxas de hospitalização e mortalidade em proporção ao número de infecções são menores do que durante a primeira onda, entre julho e agosto.
Outro dado relevante é que, durante a segunda onda na África do Sul, jovens pareceram desenvolver formas mais graves da doença. Para Sanne, não há como provar a verdadeira causa desse fenômeno. Afinal, a culpa pode ser da variante, dos testes mais abrangentes ou mesmo os encontros de fim de ano.
Não há motivo para desespero: segundo o painel de cientistas sul-africanos, não há evidências de que as vacinas contra a Covid-19 desenvolvidas até então sejam ineficazes contra as novas cepas (tanto a da África do Sul, quanto a do Reino Unido).
Até 30 de dezembro, a variante sul-africana havia sido detectada em quatro outros países. A variante do Reino Unido foi encontrada de forma mais ampla, com registros em 31 outros países, incluindo o Brasil.