O caso do cão Joca, que morreu após ser transportado de maneira incorreta durante uma viagem aérea, chocou o país. E o golden retriver, de 5 anos, está longe de ser o único. Nos últimos anos, as companhias aéreas colecionam mortes de pets em suas aeronaves.
Ana Maria Braga relembrou os animais durante o ‘Mais Você’: “Não é a primeira vez que acontece com essas empresas que operam no Brasil”, destacou a apresentadora. Relembre os casos que ganharam destaque ao longo dos últimos anos.
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ZYON
Em 2021, a estudante Gabriela Duque Rasseli cobrou a Latam por possíveis maus-tratos ao seu cachorro de estimação. Em fotos publicadas nas redes sociais, ela compartilhou registros do cão em perfeito estado de saúde, antes do embarque, e sem condições de ficar em pé, após chegar no destino.
Zyon viajou de São Paulo para o Rio de Janeiro, trecho que costuma levar 1h, mas chegou à tutora “quase morto”, como ela afirma. Segundo o relato a jovem, a companhia aérea demorou quase duas horas para entregá-lo após o desembarque no aeroporto do Galeão: “Deixaram meu cachorro no calor, quando ele chegou pra mim ele já estava quase morto! Eu e minha família estamos devastados”.
Em nota, a Latam afirmou que Zyon “não foi exposto ao sol ou passou calor” e “obedece às mais restritas normas de segurança para transportes de pets”. O filhote de golden retriever morreu horas após o desembarque.
No ano seguinte, a juíza Adriana Cristina Paganini Dias Sarti fixou a indenização por danos morais no valor de R$ 8 mil.
WEISER
No mesmo ano, a Latam voltou a ser vinculada à morte de outro cão, de quase quatro anos. Weiser, da raça american bully, morreu em um voo da companhia aérea após ser transportado em uma caixa de madeira entre Guarulhos (SP) e Aracaju (SE).
O engenheiro civil Giuliano Conte, tutor do animal, afirmou que o cão estava habituado às viagens de avião, inclusive com a mesma companhia. Ele sempre usava uma caixa de acrílico – porém, desta vez, o material foi vetado pela empresa. O laudo médico feito após a morte constatou a presença de fragmentos de madeira da caixa de transporte no estômago de Weiser.
Em setembro de 2023, a juíza Carolina Bertholazzi condenou a Latam a pagar R$ 2.097,36 por danos materiais e R$ 10 mil de danos materiais. O casal recorreu e pediu R$ 50 mil. A empresa negou e culpou a ração dada pelos tutores: “Havia ingerido ração momentos antes da viagem, sendo que tal ingestão, se deu por orientação dos próprios apelantes, e, muito provavelmente veio a óbito por tal razão”.
TOM
Em 2019, Tom morreu em uma viagem de Guarulhos para Vitória realizada pela Gol. O cachorro da raça Staffordshire Bull Terrier tinha um ano e nove meses quando morreu, na véspera do Natal daquele ano. A necrópsia, segundo o tutor, apontou que a causa da morte foi o calor.
David Canuto, o dono, acusou a empresa de negligenciar o transporte e cuidados com o pet. Ademais, ele afirmou que a companhia aérea o ofereceu duas passagens aéreas “cheias de limitações” por conta da morte de Tom.
Quase dois anos depois, a Gol pagou uma indenização de R$5225.00 ao tutor, que se mostrou insatisfeito com a decisão: “O acordo (entre aspas pois nem tenho mais como recorrer)”, disse.
PANDORA
Onde está Pandora? Essa foi a dúvida de Reinaldo Junior por mais de um mês. A cadela, que viajava de Recife para Santa Catarina, se perdeu em uma conexão em São Paulo, e ficou 45 dias desaparecida. A campanha para encontrá-la mobilizou as redes sociais.
Ela foi encontrada no final de janeiro, no Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Guarulhos, após um funcionário do aeroporto reconhecê-la e ligar para a mãe do tutor para confirmar se realmente se tratava de Pandora.
“Achei minha filha. Tem muito o que falar, não. Acharam ela. Tenho palavras agora não”, celebrou Reinaldo, que afirmou que a cadela estava debilidade e desnutrida após o caso.