O caso do rapper e produtor musical Sean Diddy ganhou mais uma acusação, detalhada pela advogada de uma das vítimas envolvidas. Os relatos fornecidos por Ariel Mitchell-Kidd indicam que sua cliente foi submetida a ameaças com uma faca para se despir, enquanto Combs aplicava um lubrificante que tinha uma substância, conhecida como ‘boa noite, Cinderela‘, em seu corpo.
A defensora afirma que o rapper utilizou o benzodiazepínico, que faz parte do grupo de medicamentos hipnóticos e ansiolíticos, para facilitar o abuso sexual da vítima. Diddy ainda contou com a colaboração de um guarda-costas e um terceiro amigo não identificado.
A vítima, embora não se lembre de ter ingerido qualquer tipo de droga, descreveu sentir fraqueza após a aplicação da substância em sua pele. Mitchell-Kidd explicou que o uso do lubrificante ou do óleo pode servir como meio para a absorção tópica da droga, popularmente referida como “droga de estupro“.
“Para que seja absorvido pelo corpo de alguém, você precisa de um veículo, que normalmente é óleo”, comentou a advogada. “[Me] parece que havia alguns tipos de drogas misturadas ao óleo, e é por isso que ele a estava encharcando com aquele óleo antes, não apenas para facilitar a agressão, mas era isso que estava diminuindo suas defesas”, concluiu.
Após ser embebida com essa substância, o rapper Diddy teria estuprado a mulher junto com os outros dois cúmplices do crime. “Os detalhes são gráficos, e a queixa expõe todos os detalhes”, disse ao canal NewsNation.
Sean Diddy está detido em Nova York desde o dia 16 de setembro. As acusações incluem tráfico sexual, extorsão e transporte para fins de prostituição. Desde que o caso Diddy estourou, mais de 120 pessoas anunciaram a intenção de processar o fundador da Bad Boy Records.
As alegações contra ele são de abuso e exploração sexual. Entre essas acusações, 25 envolvem menores de idade, sendo que a vítima mais jovem tinha apenas 9 anos quando o crime ocorreu.
Como funciona o ‘boa noite, Cinderela’?
O ‘boa noite, Cinderela‘ já é famoso por fazer com que as vítimas entrem em estado de inconsciência e tenham perdas de memória. A droga, no entanto, não vem de uma substância específica. Para realizar o golpe, há uma gama de opções que vão de ansiolíticos até sedativos. O resultado é o mesmo: atingir o sistema nervoso central e inibir a atividade mental.
Da ingestão da droga até o momento de entorpecimento, a vítima pode apresentar quatro etapas de comportamento. Inicialmente, os sintomas se assemelham ao de uma simples embriaguez por bebida alcoólica. Isso pode fazer com que a sensação de estar em risco não fique em evidência.
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Após a primeira etapa, a vítima tende a entrar em um estado de leve euforia, com tendência a falar e se movimentar mais. A segunda é o da desinibição, momento em que ela começa a apresentar dificuldade para raciocinar. Em terceiro, ela parte para a descoordenação motora e entra em um “efeito hipnótico”. A quarta e última etapa é a do entorpecimento, levando a pessoa a um estado de coma.
Como se proteger?
Os copos com bebidas alcoólicas são o principal meio usado para introduzir o ‘boa noite, Cinderela‘. É preciso ter muito cuidado, já que o efeito do entorpecente é, muitas vezes, disfarçado nesse contexto. O álcool também potencializa a substância, uma vez que os dois agem no sistema nervoso.
Não abandonar o copo em ambientes públicos e dar preferência às bebidas fechadas são as principais recomendações para se prevenir do ‘boa noite, Cinderela‘. Em qualquer caso de descuido, descarte-o imediatamente. Em relação aos drinks que precisam de preparo antes de chegar ao consumidor, tenha consciência de que inserir drogas em caipirinhas, por exemplo, é mais fácil que naqueles que você abre com as próprias mãos.
A identificação dos sintomas também pode partir da própria vítima antes que seja tarde demais. Se ela estiver acostumada a beber e perceber que começou a ficar alterada mais rápido que o normal, o sinal de alerta já precisa estar ligado. Antes de beber, observe também a coloração e gosto da bebida. Se o copo estiver manipulado, ambos os aspectos sofrerão alteração.
Por último, mas não menos importante: esteja sempre acompanhada. Além de estar protegido em caso de outras situações, amigos podem reconhecer comportamentos suspeitos e identificar a tentativa de golpe.
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