Gosto por filmes e séries, profissão, hobbies e muito mais: o que você procura em um parceiro romântico ou sexual? Muitos, se atentam à política. Em meio às eleições municipais, o tema voltou a ser motivo de discussões cotidianas.
E, ao que parece, essas diferenças ideológicas vão além dos debates e chegam também às relações românticas e sexuais. De acordo com pesquisa do happn, aplicativo de relacionamento, 40% dos brasileiros não teriam relações com alguém de posição política contrária.
O levantamento, realizado em setembro de 2024, ouviu cerca de mil usuários da plataforma em todo o país. Outros números, que evidenciam as divergências e semelhanças entre eleitores de direita e de esquerda no que diz respeito a curtir perfis, namorar e se envolver sexualmente, foram publicados.
Karima Ben Abdelmalek, CEO do happn, comenta que a pesquisa revela um aspecto positivo das relações contemporâneas: “Embora as visões políticas possam moldar a forma como abordamos certos aspectos da vida, elas não impedem conexões significativas. O fato de a maioria dos nossos usuários estarem abertos a conexões íntimas e a relacionamentos sérios com alguém que tenha opiniões diferentes é um sinal positivo – mais uma vez, comunicação e aceitação são fundamentais”.
Direita x Esquerda: rivalidade até na hora H?
Ainda de acordo com a pesquisa, os eleitores de direita tendem a ser mais seletivos na escolha de perfis do aplicativo que correspondam à sua ideologia política.
- 52% dos eleitores de direita disseram que preferem perfis alinhados às suas visões políticas ao selecionar potenciais parceiros no aplicativo;
- Apenas 25% dos eleitores de esquerda consideram esse fator determinante na hora de curtir um perfil.
No recorte por faixa etária e gênero, a pesquisa aponta que mulheres de direita entre 26 e 35 anos são ainda mais seletivas: 69% afirmaram preferir perfis que compartilhem de suas crenças políticas.
Embora a política influencie o comportamento de muitos usuários na hora de curtir perfis, o cenário muda um pouco quando o assunto é sexo. Neste caso, os eleitores de ambos os lados tendem a colocar suas preferências de lado em prol do prazer na cama.
A política não interfere tanto nas decisões sexuais de:
- 60% dos eleitores de direita;
- 57% dos eleitores de esquerda.
Neste caso, os entrevistados afirmaram estar abertos a ter relações sexuais com alguém que tenha uma visão política diferente. Na contramão, basta uma inversão para mostrar o outro lado: se 60% dos eleitores de direita não são afetados, 40% é. No caso dos eleitores de esquerda, o número chega a 43%.
As mulheres de direita, mais seletivas em relação à curtida de perfis, também apresentaram maior flexibilidade quando o tema é sexo: 67% das entrevistadas entre 26 e 35 anos afirmaram que uma conexão genuína com alguém pode superar qualquer divergência política nesse aspecto.
O amor supera a política?
No que diz respeito a relacionamentos de longo prazo, o número de entrevistados dispostos a namorar alguém com visões políticas opostas é ainda mais alto. Entre os eleitores de direita, 64% disseram que aceitariam a possibilidade, enquanto, entre os eleitores de esquerda, a taxa é de 81%.
Além disso, a maioria dos entrevistados não considera isso um fator suficiente para romper um relacionamento. Segundo o levantamento, 90% dos eleitores de direita e 94% dos de esquerda afirmaram que nunca terminaram um relacionamento por diferenças políticas.
Por outro lado, 6% dos entrevistados de esquerda, na faixa etária de 26 a 35 anos, admitiram ter encerrado um relacionamento nos últimos quatro anos devido a divergências políticas.
“É interessante notar que, ainda que haja alguma resistência para iniciar um relacionamento sério com alguém que tenha uma opinião política diferente, as pessoas que já estão em um relacionamento consideram que o amor é mais forte. Portanto, ainda que os solteiros prefiram permanecer dentro de seus próprios círculos políticos, eles não estão dispostos a interromper sua vida amorosa se houver uma diferença de opinião”, finaliza Karima.
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