Adriana Calcanhotto comentou que tem se dedicado a composição durante o período de quarentena e que o incidente trágico que aconteceu com Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, foi inspiração de uma de suas novas músicas.
No “Conversa com Bial”, exibido na última segunda-feira (7), a cantora explicou que não pode voltar para Portugal, onde ministra um curso na Universidade de Coimbra, por conta do isolamento social. Por isso, se dedicou à composição de novas músicas.
Entre as canções está “Dois de Junho”, dedicada ao menino Miguel. Ele morreu ao cair do nono andar de um prédio de luxo em Recife, Pernambuco. O trágico acidente foi a gota d’água para Adriana: “Resolvi fazer o que estava ao meu alcance, o que eu consigo fazer”
A mãe de Miguel, Mirtes Renata, trabalhava como empregada doméstica em um apartamento no edifício. Ela deixou o filho aos cuidados da ex-patroa, Sari Gaspar Corte Real, para passear com o cachorro dos donos da casa. Sem atenção de Sari, o menino Miguel saiu do imóvel sozinho, foi até o elevador e subiu ao 9º andar, de onde caiu de uma altura de 35 metros.
“Essa história junta tantos elementos, é tão exemplar do pior do Brasil”, comentou Adriana, ao relembrar o acidente que inspirou uma de suas canções. A compositora doou todos os direitos da música para a família de Miguel.
PANDEMIA
Ela ainda abriu seu coração em relação à carreira, o novo disco e sobre as aulas de “Como escrever canções”, que ministra na Universidade de Coimbra, em Portugal. “Eu tinha que arrumar uma forma de ficar disciplinada, como Lulu Santos, que diz fazer uma canção por dia”. Em 11 dias, foram 10 novas músicas.