O filme brasileiro ‘Cidade de Deus’ (2002) completa 20 anos de estreia nesta terça-feira, 30 de agosto. Um marco no cinema nacional, o longa-metragem ganhou reconhecimento em outros países, sendo indicado em várias premiações estrangeiras.
Baseada no romance homônimo de Paulo Lins, a história se passa em uma favela do Rio de Janeiro, com o mesmo nome do filme, e acompanha Buscapé (Alexandre Rodrigues), um dos moradores da comunidade que evita cair no crime que o rodeia. Ele acaba se destacando por seu talento como fotógrafo e, com isso, passa a observar o cotidiano do lugar onde vive.
Com uma narrativa forte e uma equipe de produção de renome, com Fernando Meirelles (Dois Papas) como diretor e Daniel Rezende (Turma da Mônica: Laços) na montagem, o longa tem várias peculiaridades e conquistas importantes desconhecidas por parte dos brasileiros.
Por isso, no aniversário de 20 anos de estreia de ‘Cidade de Deus’, AnaMaria Digital conta 5 curiosidades deste filme que foi um divisor de águas no audiovisual nacional.
1. Segundo filme estrangeiro mais visto no mundo
Além de ser o filme brasileiro mais visto por pessoas no exterior, ‘Cidade de Deus’ se consagrou no segundo lugar dos filmes de língua não-inglesa mais vistos no mundo.
A informação tem como base um levantamento realizado pela plataforma Preply nesse ano, que mostra que o longa-metragem de 2002 fica atrás apenas do francês ‘Os Intocáveis’ (2011).
2. Indicado a premiações internacionais
O filme foi indicado a várias premiações, tanto no Brasil, quanto no exterior. No Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, por exemplo, ele levou 6 das 14 indicações.
No Oscar, uma das maiores premiações do mundo, foi indicado em quatro categorias: Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição e Melhor Fotografia.
Apesar de não ter levado nenhuma delas, o longa-metragem já fez história como o filme brasileiro com mais indicações no evento, sendo o único a ser indicado em uma das categorias principais da noite.
Confira outras indicações em festivais nacionais e internacionais:
- Prêmio ABC de Cinematografia, Brasil – 3 vitórias: Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte e Melhor Som
- Festival de Havana, Cuba – 10 vitórias: Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Fotografia e Melhor Montagem; Prêmio da Associação Cubana de Imprensa, Prêmio Glauber Rocha, Prêmio FIPRESCI, Prêmio OCIC, Prêmio da Universidade de Havana, Prêmio Grand Coral
- Festival de Cartagena, Colômbia – 4 indicações: Melhor Filme, Melhor Diretor e Prêmio Especial da Crítica
- Writers Guild of America Award, Estados Unidos – 1 vitória: Melhor Roteiro
- Globo de Ouro, Estados Unidos – 1 indicação: Melhor Filme Estrangeiro
- BAFTA Awards, Grã Bretanha – 1 vitória e 1 indicação: Melhor edição e Melhor Filme Estrangeiro, respectivamente
3. Elenco sem atores profissionais
Talvez o fato já seja conhecido por várias pessoas, mas ‘Cidade de Deus’ não contou com um elenco formado em atuação. Na verdade, a maioria dos atores eram jovens de comunidades do Rio de Janeiro escolhidos pela produção do filme para retratar a história.
Isso conferiu mais naturalidade à trama, que foi muito elogiada pela crítica. Os atores, inclusive, puderam improvisar nas filmagens e algumas cenas surgiram de sua própria experiência pessoal.
4. Batalha real
A guerra entre os traficantes Mané Galinha (Seu Jorge) e Zé Pequeno (Leandro Firmino) realmente existiu nas favelas do Rio de Janeiro e, assim como no filme, o primeiro era amado enquanto o segundo era temido na comunidade.
A mãe do Mané Galinha da vida real, inclusive, participa do filme: ela é a primeira a parabenizar o personagem após ele matar alguém pela primeira vez.
5. Cena mais violenta do cinema
Fernando Meirelles quis retratar a violência do tráfico nas favelas em seu longa-metragem e conseguiu: uma das cenas de ‘Cidade de Deus’ foi eleita a mais violenta e difícil de assistir pelo site Pop Crunch, especializado em entretenimento.
Reportagens da época ainda diziam que alguns jurados do Oscar deixaram a sala de exibição durante esta cena pela brutalidade tão realista. No ranking do site mencionado acima, ela ficou acima do filme de terror ‘O Massacre da Serra Elétrica’ e o clássico de guerra ‘O Resgate do Soldado Ryan’.