Será que as redes sociais impactam em seu relacionamento amoroso? Uma coisa é certa: elas já transformaram o modo como vivemos e nos mostramos. Estudos mostram também que elas estão modificando a maneira como nos conectamos! Uma pesquisa realizada pelo aplicativo de namoro Wingman revelou que 65% dos jovens entre 18 e 27 anos preferem que o primeiro encontro aconteça de forma virtual.
E tem mais: o que antes era restrito à intimidade do casal, hoje pode ser público, sujeito a curtidas, comentários e comparações. Basta abrir o feed para ver casais sorridentes, viagens românticas e declarações de amor cinematográficas – e isso pode ocasionar frustração sobre a própria relação.“Hoje, as comparações são constantes: ‘por que ele não posta sobre mim?’, ‘por que o relacionamento deles parece mais feliz?’”, diz a terapeuta de relacionamento Rosângela Matos.
A questão é: o que existe por trás dessas imagens? E por trás do seu relacionamento?
Posts podem mascarar a realidade
Casos recentes, como o término de Virginia e Zé Felipe, mostram o quanto o público projeta expectativas em histórias que parecem de conto de fadas. Quando a separação veio a público, muitos internautas expressaram desilusão, afirmando que “não acreditavam mais no amor”.
Para Rosângela, esse tipo de reação revela o impacto emocional das narrativas digitais – e é preciso conseguir separar os conteúdos das redes da realidade. “O problema é que ninguém compartilha as discussões, o cansaço ou os silêncios do cotidiano. O que se vê são recortes bonitos e cuidadosamente escolhidos, e o cérebro passa a entender que aquilo é o padrão de felicidade”, explica.
Relacionamentos superficiais
“Quando a relação começa a girar em torno de aparências, curtidas e fotos, o casal vive mais para o registro do jantar do que para o diálogo à mesa”, diz Rosângela. Ou seja, postar uma foto a dois, somar curtidas ou responder a comentários carinhosos pode gerar uma sensação de aprovação, mas quando o relacionamento passa a depender disso, o vínculo perde profundidade.

Segundo a psicóloga, esse comportamento pode transformar o amor em performance. O casal deixa de se concentrar na convivência real e passa a medir o sucesso da relação pelo engajamento digital. O risco é criar uma relação idealizada, desconectada da rotina e das imperfeições naturais da vida a dois.
A importância de momentos offline
Para equilibrar essa dinâmica, é essencial ter momentos sem o celular, redes sociais ou notificações. Isso favorece a presença e a escuta, elementos fundamentais para manter a intimidade. “A intimidade não se mede por curtidas, mas pela qualidade das trocas diárias”, afirma Rosângela.
Planejar atividades longe das telas, como cozinhar juntos, caminhar ou simplesmente conversar sem distrações, ajuda a reconectar o casal com a realidade. Pequenas atitudes cotidianas, quando feitas com atenção e afeto, têm mais impacto do que qualquer postagem.
Conflitos existem – como você vai lidar com eles?
A idealização nas redes cria uma expectativa de perfeição difícil de sustentar. Nenhum relacionamento é constante ou isento de conflitos – e é justamente nas imperfeições que mora a autenticidade. “Relacionamento é o que se constrói no dia a dia, nas trocas e nas pequenas escolhas de fazer dar certo”, resume Rosângela.
Cultivar vínculos reais, baseados em confiança, respeito e presença, é o melhor antídoto contra os filtros do amor virtual. No fim, o que fortalece uma relação não é a imagem que ela projeta, mas o que acontece fora das telas.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1494, de 7 de novembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.








