Johnny Depp foi um dos principais nomes de Hollywood durante muito tempo. E sua filmografia faz jus ao título: só na década de 90, ele colecionou participações em filmes marcantes, como ‘Edward Mãos de Tesoura’ (1990), ‘Ed Wood‘ (1994) e ‘A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça‘ (1999).
No início dos anos 2000, estreou no que talvez seja seu papel de maior sucesso. Afinal, quem não lembra do icônico Capitão Jack Sparrow na franquia ‘Piratas do Caribe‘, que iniciou em 2003. Embora o sucesso do ator possa parecer recorrente, nem sempre foi assim.
No auge de sua carreira, Johnny Depp decidiu expandir seus horizontes, e assumiu a direção de um filme. Em 1997, lançou ‘O Bravo’, baseado no romance de Gregory McDonald, coescrito com seu irmão, D. P. Depp. A obra também era uma oportunidade de realizar um sonho: trabalhar com o ídolo Marlon Brando (1924-2004).
O que deu errado em ‘O Bravo’?
A ideia de roteiro já começa controversa. No longa, o artista interpreta um indígena cherokee que aceita ser torturado até a morte em troca de 50 mil dólares. A motivação para aceitar a quantia em troca da proposta bizarra era tirar a companheira e os dois filhos da miséria.
‘O Bravo’ chegou com o pé esquerdo. A estreia no Festival de Cannes foi marcada por uma recepção extremamente negativa. Em entrevista ao Los Angeles Times, o ator confessou seu desejo: “Trancar ‘O Bravo’ em um cofre e deixá-lo hibernando”.
E ele assim o fez. A repercussão fez com que Johnny Depp barrasse a estreia do filme nos Estados Unidos. A produção foi exibida apenas em mercados internacionais e, posteriormente, disponibilizada discretamente em formato home video no país de origem do ator.
O prejuízo para Johnny Depp
Como era de se imaginar, a privação da obra em um dos principais mercados cinematográficos trouxe consequências financeiras. Depp precisou arcar com US$ 1 milhão do próprio bolso para cobrir o estouro de orçamento do filme. Na mesma entrevista, o ator confessou: “Foi uma das coisas mais difíceis que já fiz. Quase acabou comigo, fiquei em pedaços. E os críticos norte-americanos simplesmente nos destruíram”.
Além disso, a convivência com Brando também não foi das mais fáceis. O impacto negativo do projeto foi significativo, levando Depp a evitar a direção por quase três décadas. Ele retornou ao cargo somente em 2024, com ‘Modi: Three Days on the Wing of Madness’.
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