No último domingo, o quadro “Pode Perguntar”, do Fantástico, trouxe uma surpresa que emocionou o público. A proposta era inovadora: pessoas do espectro autista puderam fazer perguntas diretamente para uma celebridade. A estrela da vez foi Vera Fischer, que encantou a todos com sua sinceridade e empatia.
Gravado na Pinacoteca de São Paulo, o encontro foi conduzido pela psiquiatra Daniela Bordini, especialista em autismo da Unifesp. Desde o início, Vera Fischer se mostrou à vontade para falar de temas delicados de sua trajetória pessoal e profissional, sem fugir de assuntos polêmicos.
Fantástico revela lado íntimo e corajoso de Vera Fischer
Durante o bate-papo, a atriz relembrou histórias da infância e não evitou temas difíceis. Ao ser questionada sobre o pai, Vera Fischer contou: “Como meu pai era um camponês simples, acreditou naquelas palavras inflamadas, nos discursos horrorosos.” Ela também revelou ter recusado um pedido do pai: “Eu falei: ‘negativo, negativo. Você quer me dar um livro para ler? Então procure alguma coisa importante na literatura que a sua filha vá gostar de ler’.” A resposta firme garantiu à jovem Vera uma coleção de livros de Dostoiévski.
Além disso, uma jovem da plateia a perguntou sobre sua relação com a sexualidade. Sem tabu algum, a diva respondeu com bom humor: “Eu estou com 73 anos. Você sabe como eu faço sexo? Eu comigo mesma. Já ouviu falar em masturbação, né? É ótima, uma terapia maravilhosa.” A resposta arrancou gargalhadas e mostrou a leveza com que ela encara o tempo e as mudanças da vida.
As feridas do passado: casamento, drogas e superação
Vera Fischer também falou sobre seu relacionamento com Felipe Camargo, vivido nos bastidores da novela Mandala. O romance, que espelhava o amor proibido de Jocasta e Édipo, acabou marcado por brigas e dependência química. Com honestidade, ela disse: “Fomos muito felizes, mas tem casamentos que acabam. E, sim, eu me envolvi com drogas, sim. Mas quem também já não se envolveu com outras coisas? Drogas lícitas ou ilícitas, bebida ou seja lá o que for?”
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A atriz ainda refletiu sobre o impacto da cocaína: “A cocaína é uma coisa que dá um poder à pessoa, a pessoa se sente muito poderosa. Eu sou uma pessoa que nunca precisaria disso.” Apesar dos altos e baixos, ela ressaltou que viveu momentos felizes no casamento, provando que, mesmo em tempos difíceis, o amor também esteve presente.
O carinho dos filhos: força para recomeçar
Quando perguntaram sobre o maior ato de gentileza que já recebeu, Vera Fischer se emocionou ao falar dos filhos Rafaela e Gabriel. Sobre Rafaela, lembrou: “Então, ela armou um esquema pra me mandar para a Argentina, pra ser internada num lugar onde as pessoas daqui não pudessem interferir. A imprensa, nem nada. Eu fui muito bem tratada lá, o lugar onde mais eu aproveitei, digamos assim.”
Já Gabriel, ainda pequeno, deixou uma mensagem que hoje está emoldurada ao lado da cama de Vera Fischer: “Mamãe, fique sempre linda, nunca fique na chuva pra se molhar, fique sempre trabalhando pra não ficar pobre e fique sempre bonita de coração.”
A participação no quadro do Fantástico não apenas relembrou momentos difíceis da vida da atriz, mas também mostrou uma mulher forte, bem-humorada e, acima de tudo, grata pela vida que reconstruiu.
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