Neste domingo (17), completa-se um ano da morte de Silvio Santos, e o vazio deixado por ele ainda ecoa em cada detalhe da emissora que ajudou a erguer. Além de fundador e apresentador, Silvio era o coração do SBT, o líder que ditava a programação e mantinha vivo o espírito da casa. Sua partida escancarou fragilidades que já vinham se acumulando, mas que se tornaram ainda mais evidentes sem a figura do empresário no comando.
Desde então, a emissora passou por diversas mudanças em sua grade e em cargos de liderança, mas os resultados não foram animadores. A queda de audiência se intensificou, e até mesmo algumas reformulações deram a sensação de que aceleraram o desgaste.
Reestruturações e instabilidade na programação
Vale lembrar que as reestruturações já vinham acontecendo antes do falecimento de Silvio Santos, mas sua morte acelerou o processo. Diretores históricos se desligaram do SBT, áreas inteiras foram reformuladas e a grade sofreu alterações repentinas.
Apesar das promessas de modernização e dinamismo, a emissora acabou presa a apostas tímidas, com excesso de reprises e uma dependência visível das novelas mexicanas e do clássico “Chaves”.
Embora esses programas ainda garantam respiros na audiência, a falta de novidades transmite insegurança ao público. A proposta de renovação, portanto, parece não ter saído do papel de forma consistente.
O desafio no ambiente digital
Se no conteúdo televisivo a situação preocupa, no campo digital o alerta é ainda maior. Em agosto, o SBT demitiu Carolina Gazal, até então diretora de produção multiplataforma e uma das responsáveis pela criação do +SBT, serviço de streaming do canal. O projeto acumulava um prejuízo estimado em R$ 70 milhões, mas também representava uma tentativa de reposicionar a emissora no universo digital.
A saída de Carolina mostrou que a emissora abriu mão de uma liderança que poderia apontar novos caminhos. Assim, a percepção de que o canal segue preso a um modelo ultrapassado ganhou ainda mais força.
Entre a nostalgia e o improviso
Sem Silvio, o SBT perdeu mais do que um ícone televisivo. Ele era quem conseguia unir improviso e estratégia, garantindo uma identidade única, mesmo em meio a crises. Hoje, a emissora oscila entre resgatar a nostalgia e buscar soluções emergenciais, mas sem apresentar um plano sólido de longo prazo.
A disputa com a Globo, a Record e até a Band exige clareza de propostas, algo que o canal de Silvio Santos ainda não conseguiu alcançar.
Caminhos para o futuro
Para evitar um declínio irreversível, o SBT precisa olhar além das reprises e dos cortes de gastos. Investir em produções originais, reconquistar o público jovem e fortalecer sua presença digital são passos fundamentais. A maior lição deixada neste último ano é direta: tradição sem inovação não garante sobrevivência no competitivo mercado televisivo.
Resumo: Um ano após a morte de Silvio Santos, o SBT ainda busca seu rumo. A emissora perdeu liderança, sofreu quedas de audiência e enfrenta dificuldades no digital. Entre nostalgia e improviso, o canal precisa investir em inovação para não perder espaço de vez.
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