O repórter Flávio Fachel, da TV Globo, foi às lágrimas durante a cobertura da tragédia em Petrópolis (RJ), na manhã desta quinta-feira (17). Durante o Bom Dia RJ, o jornalista não conseguiu segurar a emoção ao retratar a situação da cidade destruída por um temporal.
“A gente sabe que tem gente aqui que ainda precisa ser resgatada. É muito difícil o que a gente tá acompanhando aqui”, disse, com a voz embargada e segurando as lágrimas.
Na sequência, ele falou sobre o trabalho do Corpo de Bombeiros e dos voluntários na busca de vítimas. “Não tem como andar aqui. A gente fica vendo essas equipes de socorro trabalhando usando toda a técnica que elas têm pra localizar alguém que a gente não sabe onde tá.”
Sem dormir, Flávio ressaltou que preferiu acompanhar os socorristas e garantiu: “As pessoas estão trabalhando de maneira incansável”, disse.
Mais tarde, no ‘Mais Você’, o repórter afirmou que não está “nem perto de entender o que as pessoas estão sentindo” e criticou o poder público. “Não foi a chuva que causou isso, mas décadas e décadas de abandono dessa população que mora nas encostas”, afirmou.
Flávio Fachel não segurou as lágrimas no Bom Dia Rio ao mostrar situação em Petrópolis. Os bombeiros viraram a madrugada e seguem no segundo dia de buscas por desaparecidos nesta quinta-feira (17/2). Já são 105 mortos. pic.twitter.com/Qap5BFaa9a
— Ranyelle Andrade (@minharanybaby) February 17, 2022
CALAMIDADE PÚBLICA
A Prefeitura de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, e o Corpo de Bombeiros informaram que subiu para 105 o número de mortos após a tempestade da tarde de terça-feira (15), até a manhã desta quinta-feira (17). Destes, 33 corpos foram identificados.
Segundo a Secretaria Estadual de Defesa Civil, 24 pessoas foram resgatadas com vida. O Corpo de Bombeiros ainda não sabe o número de desaparecidos. No entanto, Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) indica que ao menos 42 pessoas são procuradas. Quem tiver parentes desaparecidos deve procurar a delegacia.
O temporal que atingiu a cidade fez morros deslizarem, carregando pedras enormes, que se comparavam ao tamanho de carros. Além disso, veículos foram arrastados e ficaram empilhados, com a força da correnteza, e vias foram bloqueadas, dificultando o acesso aos desabrigados.
Até as 20h30, a Defesa Civil municipal registrava 80 pontos de deslizamento. As sirenes instaladas em áreas de risco foram acionadas, para alertar o perigo do temporal. O acumulado pluviométrico atingiu 259 milímetros — acima da média esperada para todo mês – em cerca de seis horas.
A Prefeitura decretou estado de calamidade pública e informou que as equipes dos hospitais foram reforçadas para o atendimento de vítimas.