A noite do Oscar 2025 trouxe uma das maiores surpresas da história da premiação: o Brasil finalmente conquistou sua primeira estatueta de Melhor Filme Internacional com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles.
A inesperada vitória sobre Emilia Pérez, que era apontado como favorito na categoria, chamou atenção da imprensa mundial e gerou grande repercussão nos principais jornais e revistas internacionais.
Uma surpresa para os especialistas
A Variety, uma das maiores publicações de entretenimento do mundo, destacou a vitória do filme brasileiro em sua análise das surpresas da premiação:
“Dadas as 13 indicações que Emilia Pérez teve contra as três indicações para Ainda Estou Aqui, parecia estatisticamente provável que o primeiro levaria a estatueta de longa-metragem internacional. Mas, para a alegria do Brasil, Ainda Estou Aqui prevaleceu.”
A revista People também ressaltou o feito como um dos momentos mais inesperados da cerimônia, enfatizando que o Brasil finalmente quebrou um jejum histórico no Oscar:
“O brasileiro Ainda Estou Aqui supera o francês Emilia Pérez e ganha o prêmio de Melhor Filme Internacional no Oscar 2025.”
Antes da premiação, alguns sites especializados já defendiam que o filme deveria ser reconhecido não apenas como Melhor Filme Internacional, mas na categoria principal. O portal Slate escreveu:
“O candidato mais urgente do ano para Melhor Filme é aquele que quase ninguém viu. Entre os 10 indicados, nenhum parece tão essencial quanto Ainda Estou Aqui, nem tem uma performance tão poderosa quanto a de Fernanda Torres.”
O Guardian também publicou um artigo entusiasta intitulado: “Por que Ainda Estou Aqui deveria ganhar o Oscar de Melhor Filme”, destacando o impacto emocional do filme e suas semelhanças com os desafios políticos e sociais contemporâneos.
Fernanda Torres: estrela da noite
Mesmo sem levar a estatueta de Melhor Atriz, que ficou com Mikey Madison por Anora, Fernanda Torres brilhou no Oscar. A Hollywood Reporter ressaltou sua elegância e presença no tapete vermelho, afirmando:
“Torres não levou para casa o Oscar de Melhor Atriz, embora Ainda Estou Aqui tenha ganhado na categoria de Melhor Filme Internacional. No tapete antes da cerimônia, ela deslumbrou em um vestido Chanel, consolidando sua qualidade de estrela na grande noite.”
A revista pontuou ainda que Torres era considerada um “azarão” na disputa, mas que sua performance no filme brasileiro já havia sido um prêmio em si:
“De muitas maneiras, Torres e seus colaboradores em Ainda Estou Aqui já haviam conquistado um prêmio muito maior, já que o filme, um sucesso de bilheteria no Brasil, provocou um acerto de contas nacional com o passado autoritário do país.”
O impacto global da vitória brasileira
O New York Times reforçou a importância do reconhecimento internacional da cultura brasileira:
“Por gerações, o Brasil deu origem a uma vasta e vibrante tapeçaria de arte, música, literatura e cinema – alguns deles magistrais e muitos profundamente originais – que foram amplamente celebrados dentro do país, mas pouco reconhecidos fora dele.”
Já a Time destacou o caráter histórico do feito:
“Após cinco indicações anteriores, o Brasil finalmente conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional com Ainda Estou Aqui. Os fãs brasileiros se uniram em torno do filme e de sua representação de resiliência diante da opressão.”
Walter Salles e o discurso emocionante
Durante seu discurso de aceitação, o diretor Walter Salles fez questão de homenagear Eunice Paiva, mulher que inspirou a história do filme, além de exaltar Fernanda Torres e Fernanda Montenegro.
O Guardian e o New York Times destacaram esse momento como um dos mais emocionantes da noite, lembrando que o filme retrata um período doloroso da história brasileira, dialogando com eventos atuais no mundo.
Com essa conquista, Ainda Estou Aqui entra para a história do cinema brasileiro, consolidando-se como um marco para a cultura nacional no cenário internacional.
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