A Justiça da Califórnia negou, na última quinta-feira (21), o pedido de liberdade condicional feito por Erik Menendez, condenado em 1996 ao lado do irmão, Lyle, pelo assassinato dos pais, José e Kitty Menendez. Preso em San Diego há 35 anos, Erik foi avaliado por uma comissão formada por membros do Departamento de Serviços de Correções e Reabilitação do estado.
O julgamento, transmitido por videoconferência, reacendeu o interesse mundial no caso, que já foi tema de documentários e, recentemente, ganhou força com a série ‘Monstros’. Durante a audiência, o tribunal destacou que a concessão da liberdade dependeria de sinais claros de arrependimento e da comprovação de que Erik não representaria perigo à sociedade.
Embora tenha cumprido boa parte da pena e mostrado avanços acadêmicos na prisão, o promotor público de Los Angeles, Nathan Hochman, contestou a possibilidade de libertação, alegando que os irmãos “nunca aceitaram plenamente a responsabilidade pelos horríveis assassinatos dos pais”.
‘Monstros’ e a repercussão do caso
O crime, ocorrido em 1989, continua a gerar debates intensos, principalmente após o lançamento do documentário e da série ‘Monstros’, que reacenderam o interesse por detalhes do julgamento. Tanto Erik quanto Lyle tinham idades próximas da juventude adulta quando cometeram o assassinato, 18 e 21 anos, respectivamente.
Na época, a defesa afirmou que os irmãos agiram em legítima defesa após anos de abusos paternos, enquanto os promotores sustentaram que o objetivo era herdar uma fortuna milionária.
A narrativa, contestada pelo júri, ganhou novos apoiadores nos últimos meses. Pessoas viajaram de diferentes partes dos Estados Unidos para participar de manifestações em frente aos tribunais, pedindo uma nova chance para os condenados.
Redução da pena não garantiu liberdade
Em maio, um juiz reduziu a pena de prisão perpétua, sem possibilidade de revisão, para 50 anos de reclusão. A decisão abriu espaço para os pedidos de liberdade condicional, mas não significou que os dois irmãos seriam soltos. O magistrado ressaltou que a redução reconhecia o tempo já cumprido, mas que a responsabilidade de libertá-los caberia a novas análises de conduta.
Mesmo com esse cenário, o parecer foi desfavorável a Erik. Já o irmão Lyle ainda aguarda sua própria audiência, prevista para esta sexta-feira (22). O desfecho poderá determinar se a Justiça americana seguirá firme em manter a dupla atrás das grades ou se abrirá brechas para uma possível revisão.
Durante a sessão, Erik se manteve calado na maior parte do tempo, mas sorriu ao ouvir a prima, Diane Hernandez, contar que ele conquistou notas máximas em todas as disciplinas da faculdade dentro da prisão. O detalhe humanizou o momento, embora não tenha sido suficiente para convencer o tribunal.
Resumo: A Justiça negou liberdade condicional a Erik Menendez, condenado com o irmão Lyle pelo assassinato dos pais em 1989. Apesar da redução de pena e do interesse renovado pelo caso após a série Monstros, o tribunal considerou que Erik não demonstrou arrependimento suficiente para voltar à sociedade.
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