As expectativas para a nova versão da novela ‘Pantanal’ estão altíssimas e não apenas entre o público. Nos bastidores, o clima é de ansiedade entre o autor da nova versão, Bruno Luperi, o diretor artístico, Rogério Gomes, e todo o elenco. Tanto que a TV Globo preparou nada menos do que quatro coletivas de imprensa para falar sobre a estreia do novo folhetim das 21h, que chega às telinhas no próximo dia 28 de março.
Embora a ansiedade seja alta, a responsabilidade também é. Andréa Kelly, gerente de produção que trabalhou na novela original, em 1990, não nega a pressão com a trama de agora. Para ela, o trabalho agora é muito mais complexo, mas conta com uma equipe forte para entregar o melhor aos telespectadores.
“É uma obra enorme, é uma novela que não é convencional, é uma logística muito diferente do que a gente tá habituado a fazer, em um lugar que é um santuário, que deixa a gente embevecido do que está vendo. Então, isso dá uma responsabilidade muito grande, de como levar todas as pessoas pra lá, de como respeitar aquela terra e como fazer uma coisa incrível”, diz.
Além de Andréa, o diretor Rogério Gomes, conhecido como Papinha, também não esconde que sentiu um certo frio na barriga ao saber da nova versão de ‘Pantanal’. “Quando eu soube que ia fazer a novela, eu me tremi inteiro. Pela história que a novela fez, eu senti que tinha uma missão ali muito grande”, confessou.
Em contrapartida, o elenco que faz parte da primeira fase do novo folhetim mostrou que não faltou ânimo. “Saber que é uma obra que já fez tanto sucesso me dá força e confiança na equipe […] Acho que eu fiquei muito mais empolgado do que me senti pressionado. Me senti lisonjeado, feliz e com força por saber que eu tava do lado de gente muito boa”, diz Gabriel Stauffer, que vai interpretar o Gustavo na trama.
Letícia Salles, por sua vez, ressalta: “Me senti super lisonjeada por ser meu primeiro trabalho”, diz. Ela faz sua estreia na teledramaturgia com a personagem Filó.
DE AVÔ PARA NETO
A primeira versão de ‘Pantanal’ foi escrita por Benedito Ruy Barbosa, que hoje tem 90 anos. Agora, a segunda versão foi adaptada por seu neto Bruno Luperi, que confessa o privilégio em tocar um dos grandes marcos da carreira do avô.
“As trocas com ele [Benedito Ruy Barbosa] são muito boas”, diz. “Ele me deu a benção dele, o voto de confiança. Mas, é um grande desafio porque a gente parte de um clássico, né? […] eu tive o privilégio de parar dois anos da minha vida pra me dedidar à obra dele, acho que é uma responsabilidade muito grande, mas é um prazer muito maior. Tudo aconteceu da maneira como deveria ser”, afirma.
Para Bruno, o folhetim é uma grande homenagem para seu avô fechar a carreira de novelista.
30 ANOS DEPOIS…
A nova ‘Pantanal’ acontece 32 anos depois da versão original. Por isso, Bruno destaca que “o tempo é um agente fundamental” na história. “Porque influenciou não só a questão social e a relação humana. Mas estamos falando de grandes adventos desses 30 anos. Hoje é uma outra realidade, em que as barreiras diminuem e quase todas as fronteiras desaparecem”, explica.
No entanto, ele reconhece que a maior dificuldade é manter a essência da trama. “A gente precisa manter o mesmo universo. Hoje vamos assistir uma nova versão, à luz do nosso tempo. Vamos assistir ao mesmo Pantanal, mas com dilemas de hoje”, afirma. “Mas a ideia é que os personagens, a essência, a dramaturgia permaneça a mesma. Acredito que deu certo.”