Dez pessoas toparam o desafio de fazer trilhas e sobreviver na natureza, longe de celular, de fast food e tudo mais do nosso mundo moderno. Tudo o que eles têm é um arroz e feijão que eles mesmos preparam na fogueira pela manhã e pela noite.
Como recompensa, os que conseguirem passar 18 dias assim dividem um prêmio abundante. Porém, a cada parada na trilha, a produção prepara uma tentação incrível. Só que, para aproveitarem, eles precisam pagar preços abusivos.
Por exemplo, após uma trilha cansativa no calor, eles encontram uma cabine com ar condicionado para passarem 15 minutos (!!!). Ou após um dia de caminhada, a produção monta um spa com massagem e hidro para desfrutarem por duas horas. E por aí vai.
Só que os valores cobrados saem do montante do grupo todo – e cada participante é livre para aceitar, ou seja, para gastar a grana do grupo. E ninguém pode proibir. Mas são valores muito, muito altos. Imagine pagar R$ 1.000 em um hambúrguer, simplesmente pelo prazer do momento?
Obviamente, começam os conflitos. Há participantes dispostos a não aceitarem nenhum desafio. Outros, que querem curtir a “viagem” e aceitam tudo. Outros que ficam confusos e não sabem qual lado escolher.
Supérfluo
Se eu fosse em um reality do tipo, certamente, focaria na força mental para não aceitar nada (ou aceitar pouquíssimas coisas) para sair de lá com a maior quantidade de dinheiro possível. Afinal, esse é o objetivo, certo? E são apenas 18 dias – foco e força, então!
Porém, algumas escolhas e aceites até se justificam para mim. Comida, uma cama boa vez ou outra… Mas alguns participantes forçam a barra. Uma delas chegou a gastar centenas de dólares em um kit de maquiagem, o que para mim, é inadmissível. Afinal, a pessoa aceita ir para o meio do mato e não consegue ficar sem maquiagem? Será que se fosse com sua própria grana, teria pago também? Ou é bem mais fácil quando a despesa é dividida em 10?
Quando o jogo vira
Nos capítulos finais da primeira temporada, a produção anuncia que, a partir daquele momento, a tentação aceita vai sair do bolso de cada participante. Ou seja, até aquele momento, a grana seria dividida por 10 e, a partir dali, cada um poderia gastar a sua parte como bem entendesse.
E aí o jogo muda. Algumas pessoas, com medo de parecerem hipócritas, continuam gastando sem pensar. Outras pisam no freio, afinal, agora que vão sentir a despesa saindo do próprio bolso, ela se torna bem mais cara!
Outras que não gastaram nada até o momento, começam a aceitar algumas tentações, pois se sentem melhor gastando do próprio bolso do que do dinheiro do grupo. Esses para mim são os mais coerentes!
A série é realmente um estudo do ser humano – e já tem duas temporadas disponíveis. Se você se interessou – e quer passar raiva assistindo – Sobrevivendo às Tentações está disponível na HBO Max.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1495, de 14 de novembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.








