Desde que assisti O Conde de Monte Cristo (2002), descobri que amava o gênero ‘vingança’. Só não sabia que The Handmaid’s Tale (ou O Conto da Aia, em português), trataria sobre o tema.
Ok, na quinta temporada eu já tive um gostinho disso, quando June (Elisabeth Moss) mata seu comandante (Joseph Fiennes) junto com as Handmaids no meio da floresta. Mas a sexta temporada está surpreendentemente boa, com muita ação e um gostinho de vingança que me preencheu e deixou satisfeita. Sabe aquela sensação de dever cumprido? Eu esperava por isso desde que a série estreou, em 2017.
Vamos começar do começo
A história é inspirada no livro de mesmo nome, da autora Margaret Atwood, e segue a vida de June Osborne em um antigo Estados Unidos, agora chamado de Gilead, um estado totalitário fundamentalista cristão, onde mulheres férteis, como as aias, são forçadas a gerar filhos para a elite.
Explico: com a devastação ambiental e o ritmo de vida frenético, a população se tornou infértil e a taxa de nascimentos despencou. Então, mulheres férteis viram o ativo mais valioso da sociedade e são obrigadas a reproduzir para a alta sociedade.
Isso significa serem estupradas em um ritual horripilante “a mando de Deus”. Significa também terem seus filhos arrancados de si para que sejam criados pelo sistema – os bebês gerados nesse ritual e também os filhos de antes do golpe.
E June encabeça a série na luta para recuperar sua filha Hanna (Jordana Blake). Como mãe, me coloco no lugar da protagonista, o que me causou ainda mais indignação e desespero ao longo dos capítulos.
Os livros
Fiquei tão fanática na história que devorei em poucos dias os dois livros de Margaret Atwood – também os recomendo. São um pouco diferentes da série, mas igualmente fascinantes. Anota aí: O Conto da Aia (1985) e Os Testamentos (2019).
Spoilers, abaixo!
Se você ainda não chegou na sexta temporada, recomendo que pare de ler esse texto aqui, pois ele contém spoilers.
Vamos lá: na sexta e última temporada, June se une ao Mayday para resgatar as aias do sistema e encabeça um plano delicioso para que cada uma mate seu comandante.
Tem muito suspense e até traição, quando Nick (Max Minghella) acaba com seu plano de detonar o prostíbulo Jezebel e causa a morte de dezenas de mulheres – o que nos mostra um pouquinho da síndrome de estocolmo de June, encantada por um comandante do sistema, apenas porque ele foi bondoso com ela no passado.
A personagem de Serena (Yvonne Strzechowski) também traz reviravoltas. Primeiro, mostra-se nada arrependida e presa em suas ilusões. É quase linchada – e, novamente, salva por June; quando pensamos que ela ficará longe de Gilead para a redenção de seus pecados, ela volta por conta própria e se casa novamente. Para minha felicidade, é enganada por seu marido, que em vez de príncipe encantado, não passa de mais um homem opressor de Gilead. Bem no fim, se redime – e se despede de June em uma cena emocionante que me fez chorar (baita atuação).
Falando em atuação, Elisabeth Moss é um show à parte à série toda, com os olhos mais expressivos que já vi na televisão!
Enfim, a temporada começa lenta, mas a partir do capítulo 6 as coisas acontecem, o plano de vingança é posto em prática e satisfaz a nós, mulheres com sede de vingança após assistir seis temporadas de barbaridades! Disponível na Paramount+ e muito recomendada… por mim!
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1475, de 27 de junho). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.