A garantia era uma novela premium. Um novelão para agradar quem gosta de uma trama bem amarrada, gravada com capricho. Comecei a assistir à primeira temporada de Beleza Fatal, da Max, com a expectativa alta – o material de divulgação prometia uma história intensa, envolvente e cheia de reviravoltas. Nos primeiros capítulos, cheguei a pensar que se tratava de uma história policial, com direito a suspense e investigações. Mas, na verdade, Beleza Fatal se fundamenta no bom e velho “vingança com as próprias mãos”.
É série ou novela?
É novela, mas adaptada para os moldes do streaming. A primeira temporada, disponível na Max, tem 40 capítulos com média de duração de 50 minutos cada, ou seja, o formato é pensado para maratonar, e não para acompanhar diariamente como nas novelas da TV aberta.
Vanessa Giácomo, como Cléo, é o grande brilho da primeira fase de Beleza Fatal: entrega emoção, intensidade e propósito. Sem defeitos.
Na outra ponta do elenco, no núcleo bilionário, Herson Capri dá vida ao Dr. Átila Argento, personagem que carrega o sobrenome central do enredo. Capri mostra o peso de um veterano das telinhas: sua presença em cena eleva o tom dramático e traz credibilidade para a história. Outro baita acerto da Max.
Vale a pena investir seu tempo?
A história prende, os ganchos são envolventes, alguns até bem criativos, e o tema, super atual. O salto temporal, por exemplo, é feito com uma cena de transição ousada e poética. Mas é a partir daí que a coisa começa a desandar um pouco. A trama acelera, algumas pontas ficam soltas, e certas decisões dos personagens soam forçadas ou pouco desenvolvidas.
O elenco, recheado de globais, sustenta a sensação de que estamos assistindo a uma novela da faixa das sete: estética colorida, núcleos que beiram o pastelão (com um pé na comédia), mas com um enredo mais maduro e até cenas mais picantes.
Essa mistura entre forma e conteúdo causa um certo ruído – o que me incomodou, mas não o suficiente para eu parar de assistir. Beleza Fatal quer falar com todos os públicos ao mesmo tempo. E mesmo sem entregar tudo que promete, entretém com dignidade.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (23 de maio). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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