Para quem cresceu nos anos 1990, é impossível esquecer o impacto que Jurassic Park causou nos cinemas. Mesmo quem não é fã da saga reconhece a carga nostálgica das sequências que popularizaram os dinossauros na cultura pop. Em Jurassic World – Recomeço, essa memória é o ponto de partida: logo nas primeiras cenas, dá para notar a tentativa de resgatar a essência do filme original.
A história se passa 32 anos depois do retorno dos dinos. O mundo enfrenta um triplo desafio: clima em colapso, novas doenças e a presença das criaturas pré-históricas. O fascínio por elas diminuiu e elas foram isoladas em uma ilha tropical na linha do Equador, onde humanos não têm permissão para entrar.
Justificativa preguiçosa
Tudo começa quando uma equipe é contratada para coletar amostras de DNA de três dos maiores dinossauros vivos da zona proibida. Zora, interpretada por Scarlett Johansson, ao lado de um paleontólogo e alguns mercenários decidem encarar o desafio em prol de um bem maior (e muita grana).
O objetivo é usar o material para criar um medicamento revolucionário capaz de salvar inúmeras vidas. Parece arriscado demais para ser uma missão com uma equipe tão reduzida. E é exatamente aí que vem o primeiro tropeço do roteiro: por que não enviar um exército para algo tão perigoso? A justificativa é fraca, mas com boa vontade, dá para seguir.
O filme aposta na fórmula já conhecida do gênero: ação intercalada com momentos mais leves, pitadas de romance, dilemas morais e crianças em perigo. A trama não é surpreendente, mas atende ao que o público fã espera. Na tela, perseguições, rugidos ensurdecedores e a sensação de estar cara a cara com criaturas extintas há milhões de anos.
Admiráveis criaturas em CGI
O ponto mais frágil está no CGI, a tecnologia usada para dar vida aos dinossauros. Em alguns momentos, o realismo deixa a desejar – talvez reflexo do orçamento mais enxuto, de “apenas” US$ 180 milhões. Para efeito de comparação, Jurassic World: Dominion (2022) custou US$ 584 milhões. Ainda assim, o resultado visual é agradável, com belas paisagens e uma boa fotografia.
Vale a pena assistir? Se você nasceu nos anos 90 e gosta de filmes de ação estilo ‘blockbuster’, provavelmente vai se divertir. Para os demais, pode soar cansativo e previsível, como mais um capítulo que não arrisca sair da zona de conforto da franquia. Jurassic World – Recomeço cumpre o papel de entreter, mas não traz nada de novo para a mesa.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (22 de agosto). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.