O ronco em cães e gatos pode parecer apenas um detalhe curioso, mas muitas vezes é sinal de que algo não vai bem na saúde. Em cães, está frequentemente ligado a obstruções das vias aéreas, comuns em raças braquicefálicas, como pugs e bulldogs, além de fatores como obesidade, alergias e até tumores. Já nos gatos, o ronco é menos comum, mas pode estar associado a problemas dentários ou pólipos.
“É fundamental que o tutor não ignore o ronco, especialmente quando acompanhado de dificuldade para respirar ou cansaço excessivo. Cada caso precisa ser investigado com exames, que vão desde radiografias à tomografia”, diz a veterinária Eliane Benati, do Hospital Veterinário Taquaral, de Campinas.
Sinais de alerta
O ronco pode ser considerado normal quando é leve, ocasional e aparece somente durante o sono profundo. Mas alguns sinais exigem atenção imediata: ronco alto e contínuo, respiração ruidosa mesmo acordado, engasgos, apneia, secreções nasais, tosse ou letargia. Língua azulada merece atendimento veterinário urgente.
Raças braquicefálicas
Raças de focinho achatado, como pug, bulldog francês, bulldog inglês, shih-tzu, pequinês e boxer, estão entre as que mais roncam. Isso acontece porque, devido à anatomia, já nascem com vias aéreas mais estreitas. Alterações como narinas fechadas, palato mole alongado e eversão de tecidos da laringe contribuem para o barulho e podem comprometer a qualidade de vida. Quanto mais curto o focinho, maior a dificuldade de respirar.
“Os tutores precisam entender que o ronco pode ser muito mais do que uma característica engraçada da raça. Ele pode indicar um problema que, se tratado a tempo, melhora a qualidade e até a expectativa de vida do animal”, diz a veterinária.
Outras causas para o ronco
Não são apenas os cães braquicefálicos que roncam. Outros fatores também podem provocar obstruções nas vias aéreas:
- Corpos estranhos, como sementes ou poeira aspirada.
- Alergias, que aumentam a produção de secreção nasal.
- Tumores nasais, que aparecem com maior frequência em algumas raças.
- Gripes e resfriados, que provocam congestão e estreitamento das vias aéreas.
- Obesidade, que além de prejudicar órgãos internos e articulações, ainda dificulta a respiração.
7 cuidados para melhorar a respiração do pet em casa
- Controle o peso: a obesidade é uma das principais causas de ronco e dificuldade respiratória em cães e gatos.
- Ambiente climatizado: mantenha o espaço fresco, com ventilador ou ar-condicionado, principalmente nos dias quentes.
- Passeios nos horários certos: prefira caminhadas no início da manhã ou no fim da tarde, quando a temperatura está mais amena.
- Banhos regulares: em raças de focinho curto, higienize diariamente as dobras do focinho e as orelhas para evitar infecções.
- Água sempre disponível: potes espalhados pela casa ajudam o pet a se hidratar, o que facilita a respiração.
- Objetos limpos: mantenha cama, cobertores e brinquedos sempre limpos.
- Produtos neutros: evite produtos de limpeza com cheiro muito forte.