Você já parou para pensar como se relaciona com seu animal de estimação no dia a dia? Para algumas pessoas, cães e gatos ocupam um lugar central na família e são tratados como filhos. Para outras, o vínculo existe, mas é mais prático, focado nos cuidados essenciais. Essas diferenças não são apenas percepções individuais, elas aparecem também em estudos recentes sobre comportamento dos tutores no Brasil.
Uma pesquisa da Comissão de Animais de Companhia do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal, que ouviu 1.751 tutores de cães e gatos, mostrou que a relação entre pessoas e pets se transformou nos últimos anos.
Em 2019, o levantamento identificava três perfis. Agora, o estudo aponta quatro tipos de tutores, mudança influenciada por fatores como estilo de vida, condições de moradia, trabalho, saúde e pelos impactos da pandemia.
“A demonstração de afeto não diminui devido aos perfis”, explica Gabriela Mura, diretora de mercado e assuntos regulatórios do Sindan. “Houve um aumento na aquisição de animais após a grande crise sanitária, principalmente entre pessoas solteiras, viúvas ou separadas. Os bichinhos se tornaram uma companhia ainda mais relevante.”
A seguir, conheça os quatro perfis mapeados pela pesquisa e veja com qual deles você mais se identifica.
O tutor desapegado
Esse perfil encara o animal de estimação principalmente como uma responsabilidade. Segundo o levantamento, ele representa 18% dos entrevistados e é mais frequente entre homens com 50 anos ou mais, casados e com filhos, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Norte do país.
Embora cuide das necessidades básicas do pet, como alimentação, higiene, passeios e uso de medicamentos veterinários, esse tutor tende a manter certa distância emocional. A preocupação com a qualidade de vida do animal existe, inclusive com o envelhecimento, mas sem disposição para ampliar significativamente os gastos ou a dedicação emocional.
O amigo do pet
Aqui, a relação é de companheirismo. O tutor gosta da presença do animal, se preocupa com seu bem-estar e oferece os cuidados necessários, mas sem estabelecer um vínculo tão intenso quanto o dos chamados pais de pet.
Esse grupo corresponde a 27% dos entrevistados e é formado, em sua maioria, por mulheres casadas, entre 30 e 59 anos, com filhos. Nesses lares, os animais costumam ser companheiros das crianças nos momentos de lazer. O perfil aparece com mais força nas regiões Sudeste e Centro-Oeste.
“Os donos consideram os animais parte da família, mas não exatamente como filhos”, observa Gabriela.
O pet lover emocional
Esse é o perfil mais numeroso da pesquisa, reunindo 32% dos tutores. Ele é comum entre jovens e adultos solteiros, sem filhos, tanto homens quanto mulheres. Para esse grupo, o animal ocupa um lugar central na vida afetiva.
“Eles estão profundamente ligados emocionalmente aos seus pets, tratando-os como filhos ou companheiros inseparáveis. O bem-estar do animal é prioridade, e esses tutores estão dispostos a investir tempo, cuidado e recursos para garantir saúde e felicidade”, afirma Gabriela. É desse grupo que vem a popularização da expressão “pai” ou “mãe de pet”.
O pet lover racional
Apesar do nome, esse perfil também envolve afeto. A diferença está na forma como as decisões são tomadas. O tutor racional equilibra emoção e praticidade, considerando o impacto das escolhas no dia a dia e no bem-estar do animal.
Esse grupo representa 23% dos entrevistados e é composto majoritariamente por mulheres acima dos 40 anos, presentes em todas as regiões do país. “Mesmo com grande carinho pelos animais, esses tutores recorrem com mais frequência a serviços como adestramento, agility e day care para conciliar a rotina corrida com as necessidades do pet”, explica Gabriela.
Não existe perfil certo ou errado
Os dados mostram que não há uma única forma correta de ser tutor. Cada perfil reflete contextos de vida, valores e possibilidades diferentes. O mais importante, independentemente da categoria, é garantir que o animal tenha suas necessidades atendidas, com saúde, segurança e qualidade de vida.
Entender o próprio perfil ajuda também a fazer escolhas mais conscientes, desde o tipo de pet até a rotina de cuidados, fortalecendo uma relação mais equilibrada e satisfatória para ambos.
Resumo:
Uma pesquisa nacional identificou quatro perfis de tutores de cães e gatos no Brasil: desapegado, amigo do pet, pet lover emocional e pet lover racional. As categorias refletem mudanças no comportamento dos donos, influenciadas por estilo de vida e contexto social. Não há perfil certo ou errado, o fundamental é garantir bem-estar e cuidados adequados aos animais.
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