A Campanha Novembro Azul não é só dos humanos. Conhecida por conscientizar sobre a saúde masculina, ela também vem ganhando espaço entre os pets. Segundo o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o câncer de próstata acomete cerca de 4% dos cães com mais de sete anos, número que pode chegar a 80% entre os não castrados. Nos gatos, os casos são mais raros, mas igualmente preocupantes.
A doença costuma evoluir de forma silenciosa. “O câncer de próstata pode crescer sem causar sintomas aparentes, por isso, a observação do tutor é fundamental”, diz veterinária Clarisse Teixeira, especialista em oncologia do Hospital Veterinário Taquaral, em Campinas.
Fique atenta!
Dificuldade para urinar, sangue na urina, perda de apetite, emagrecimento e dor abdominal são sintomas que merecem atenção. “A maioria dos bichinhos portadores da doença é assintomática, mas quando os sintomas aparecem, costumam estar ligados ao trato urinário, como dificuldade ou dor ao urinar e presença de sangue na urina. Também podem surgir apatia, tristeza e dor ao serem tocados”, afirma o veterinário Geovanne Pereira, do centro veterinário Nouvet, em São Paulo. “Os tutores precisam observar mudanças sutis no humor, no apetite ou no peso. Esses detalhes ajudam o veterinário a identificar o problema antes que ele avance”, completa.
Diagnóstico precoce faz toda a diferença
Os especialistas reforçam que o diagnóstico precoce é a principal arma contra o câncer de próstata nos pets. Exames como ultrassonografia abdominal, radiografia e até testes genéticos, como a análise do gene BRAF na urina, estão sendo usados para detectar alterações ainda em fase inicial.
Já o tratamento pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, terapias-alvo ou imunoterapias, abordagens que já vêm sendo usadas com bons resultados também na medicina veterinária.

É possível prevenir!
É preciso iniciar os check-ups anuais a partir dos cinco anos de idade do pet. A frequência deve aumentar conforme o animal envelhece. “Os exames preventivos incluem análises de sangue, imagem e palpação prostática, que permitem avaliar o tamanho e a textura do órgão”, orienta Geovanne.
A castração, embora não elimine completamente o risco do câncer, reduz a chance de doenças como a hiperplasia prostática benigna e tumores testiculares. A medida, somada ao acompanhamento veterinário, é uma das principais estratégias para garantir o bem-estar do animal.
Alimentação saudável
Manter o peso ideal é outro fator essencial na prevenção. “O tecido adiposo funciona como um órgão endócrino ativo, produzindo substâncias inflamatórias que interferem na produção de hormônios sexuais. Manter o peso ideal ajuda a preservar a testosterona e reduzir inflamações que impactam a próstata”, observa a nutricionista veterinária Gabriela Corte Real, da A Quinta Pet. Entre os nutrientes que merecem destaque estão:
- Ômega-3 (EPA e DHA): ação anti-inflamatória e reguladora dos hormônios.
- Fibras funcionais (psyllium, abóbora, cenoura): ajudam na saciedade e reduzem picos glicêmicos.
- Proteínas magras (peixe, frango, ovos): mantêm a massa muscular e a saúde metabólica.
- Antioxidantes (mirtilo, cúrcuma, espinafre): combatem o estresse oxidativo e o envelhecimento celular.
- Zinco e selênio: essenciais para a síntese de hormônios sexuais.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1496, de 21 de novembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.








