Eles são companheiros fiéis, trazem alegria para dentro de casa e arrancam sorrisos a cada travessura. No entanto, quando o som do ronco começa a se tornar constante, muitos tutores se perguntam: o que significa quando o cachorro ronca? Afinal, pode ser apenas uma característica da raça ou sinal de algum problema de saúde?
De acordo com a médica veterinária Eliane Benati, especialista em cirurgia geral e reconstrutiva do Hospital Veterinário Taquaral, em Campinas (SP), o ronco nos cães geralmente está associado a uma obstrução parcial das vias aéreas superiores, que incluem nariz, garganta e faringe.
Causas mais comuns do ronco em cães e gatos
Segundo a veterinária, fatores como síndrome braquicefálica, presente em raças de focinho curto, como pugs e bulldogs, estão entre as principais causas. Além disso, obesidade, alergias, infecções respiratórias, pólipos e até tumores podem favorecer o barulho característico. Em alguns casos, até corpos estranhos ou colapso de traqueia podem estar envolvidos.
Nos gatos, a situação acontece com menos frequência. “Quando aparece, geralmente está relacionada à anatomia de raças como persas, à obesidade, a problemas dentários ou à presença de pólipos nasofaríngeos. No dia a dia, porém, é raro que tutores de felinos precisem se preocupar com o ronco”, explica Eliane.
O que significa quando o cachorro ronca?
É importante diferenciar o ronco considerado normal daquele que precisa de atenção. O barulho pode ser comum quando é leve, aparece de forma ocasional e surge apenas durante o sono profundo.
Por outro lado, sinais como ronco alto e constante, respiração ruidosa mesmo durante a vigília, engasgos, pausas respiratórias, secreções nasais, tosse ou cansaço em excesso exigem avaliação veterinária imediata.
“Jamais ignore o ronco quando ele vier acompanhado de dificuldade para respirar ou letargia. Cada caso precisa ser investigado com exames, que podem incluir desde radiografias até tomografia”, reforça a especialista.
Experiência real de tutores
A aposentada Araci Zeoli De Danielli sabe bem o que é conviver com cães braquicefálicos. Ela divide a casa com a bulldog francesa Lola e a pug Elis Regina, ambas de 9 anos. Em 2023, Elis Regina precisou passar por uma cirurgia no palato no Hospital Veterinário Taquaral.
“Ela tinha dificuldade para respirar e, com a idade, o problema se agravou. A cirurgia era necessária. Hoje, caminha com mais facilidade e se recupera rápido”, conta Araci.
O cuidado, segundo ela, virou rotina: passeios apenas no início do dia, ambiente sempre climatizado, água em vários pontos da casa e higiene constante das dobras e orelhas. “É trabalhoso, mas ver a qualidade de vida delas compensa qualquer esforço”, completa.
Além das braquicefálicas, Araci também cuida de outros cães, como Blue, uma american bully de 4 anos, e Ayala, uma beagle da mesma idade. “A Blue também ronca, mas nada que atrapalhe. Aqui, todos recebem os mesmos cuidados e vivem em harmonia”, acrescenta.
Quando procurar ajuda especializada
Em raças de focinho curto, os tutores devem ficar atentos se o ronco evoluir para sons mais altos e estridentes ou se houver sinais como língua azulada, desmaios e piora progressiva. Nessas situações, a orientação é procurar um médico-veterinário o quanto antes.
Assim, entender o que significa quando o cachorro ronca pode fazer toda a diferença para garantir bem-estar e longevidade ao pet. Afinal, cuidados preventivos e acompanhamento profissional são fundamentais para manter a saúde em dia.
Resumo: O ronco dos pets pode ser apenas uma característica da raça, mas também pode indicar problemas de saúde. Sinais como barulho constante, dificuldade respiratória e cansaço merecem avaliação veterinária. A atenção diária e os cuidados preventivos garantem qualidade de vida e bem-estar aos cães e gatos.
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