Castrar o gato vai muito além de evitar ninhadas indesejadas. Quando feita no momento certo e com os cuidados adequados, a castração representa um gesto de carinho e responsabilidade com a saúde e o bem-estar dos bichanos. Mas você sabia que o procedimento pode até ajudar a evitar doenças graves como câncer de mama e infecções uterinas?
A seguir, com a ajuda da médica veterinária Eliane D. Benati, especializada em cirurgia de pequenos animais no Hospital Veterinário Taquaral (@hvtcampinass), em Campinas (SP), listamos 7 curiosidades sobre a castração de gatos que todo tutor precisa conhecer:
1. Gatas podem ser castradas a partir dos 4 meses
O procedimento pode ser realizado a partir dos 3 a 4 meses, desde que o animal esteja saudável e com as vacinas em dia. No entanto, a chamada castração pediátrica, feita muito precocemente, não é indicada. “Ela pode representar riscos à saúde do animal, como distúrbios hormonais ou alterações no crescimento ósseo”, explica Eliane.
2. Existem três tipos diferentes de cirurgia
Nas fêmeas, a castração pode ser feita por ovariectomia (remoção dos ovários) ou ovariohisterectomia (remoção dos ovários e útero). Nos machos, o procedimento se chama orquiectomia, com remoção dos testículos. O método é escolhido conforme a idade, o porte e as condições de saúde do animal.
3. Previne doenças graves em machos e fêmeas
A castração precoce pode reduzir drasticamente o risco de câncer de mama em gatas, principalmente se feita antes do primeiro cio. Também previne infecções graves como a piometra (inflamação uterina) e cistos ovarianos. Já nos machos, ajuda a evitar tumores testiculares, marcação territorial com urina, agressividade e o impulso de fugir atrás de fêmeas no cio.
4. Pode mudar o comportamento – para melhor!
“Com a queda dos hormônios sexuais, os animais tendem a ficar mais tranquilos, menos territorialistas e menos propensos à marcação urinária”, explica Eliane. Gatos castrados também tendem a ser mais sociáveis com outros bichos da casa, o que facilita a convivência.
5. A cirurgia é segura, mas exige preparo
Antes de operar, o gato deve passar por avaliação clínica e exames laboratoriais. “Hemograma, testes bioquímicos e, em alguns casos, ecocardiograma são importantes para garantir a segurança da anestesia”, orienta a veterinária. Após o procedimento, é essencial oferecer um ambiente calmo e seguro, com uso de colar elizabetano ou roupinha cirúrgica para evitar lambeduras.
6. Gatos castrados engordam mais?
Sim, isso pode acontecer — mas é controlável. Com a castração, a taxa metabólica cai e o apetite costuma aumentar. Se o gato continuar comendo a mesma quantidade e se exercitando pouco, pode ganhar peso com facilidade. A boa notícia é que alimentação adequada, estímulo ao movimento e visitas regulares ao veterinário ajudam a manter tudo sob controle.
7. Nem todo sangramento depois da castração é normal
Em fêmeas, a persistência de sintomas como cio, sangramento ou agressividade pode indicar síndrome do ovário remanescente, quando algum tecido ovariano permanece após a cirurgia. “Se houver qualquer comportamento estranho, como apatia, anorexia ou alterações de humor, é essencial buscar ajuda veterinária”, alerta Eliane.
Resumo:
A castração é uma das decisões mais importantes na vida de um tutor de gato. Feita com responsabilidade, traz benefícios para a saúde, comportamento e qualidade de vida do pet — além de contribuir com o controle populacional felino.

Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!