Assim como acontece com os humanos, os animais estão sujeitos a doenças graves com o passar dos anos – e o câncer de mama está entre as mais comuns em cadelas e gatas. A doença tem maior incidência em fêmeas, sendo mais comum em cadelas entre 4 e 12 anos e em gatas a partir de um ano de idade. Ainda que seja raro, de 1% a 3% dos casos também ocorrem em machos. Os dados são do Grupo de Trabalho em Quimioterapia Veterinária do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
Apesar de assustar, o problema pode ser prevenido e tratado com bons resultados, especialmente quando identificado logo no início.
Castração reduz risco em até 99%
Fêmeas não castradas ou castradas tardiamente têm risco muito maior de desenvolver a doença, pois o crescimento descontrolado das células mamárias está ligado à ação hormonal. Alterações hormonais durante o cio, a gravidez psicológica e o uso de anticoncepcionais veterinários são fatores que aumentam as chances de surgimento dos nódulos.
A castração é a principal medida para reduzir o risco de câncer de mama em fêmeas. Quando feita antes do primeiro cio, a cirurgia praticamente elimina a possibilidade de a cadela desenvolver a doença, com redução de risco próxima a 99%. Já nas gatas, o índice de prevenção chega a 90% quando a castração ocorre precocemente.
Além de evitar tumores mamários, a castração previne outras doenças reprodutivas, como infecções uterinas (piometra) e cistos ovarianos, e ainda ajuda a controlar comportamentos relacionados ao cio.
Sintomas
No início, o câncer de mama pode se manifestar de forma discreta, com pequenos nódulos na região das mamas. Esses caroços podem ser únicos ou múltiplos, atingindo uma ou mais glândulas. É comum que apareçam nas últimas mamas, localizadas mais próximas do abdômen. Fique atento aos sinais:
- Inchaço ou endurecimento das mamas
- Mudança de coloração (vermelhidão ou tons arroxeados)
- Feridas e secreções com odor desagradável
- Sensibilidade ou dor local
- Lambedura excessiva da região
- Febre e perda de apetite em casos mais avançados
- Se o tumor já estiver em estágio avançado, o pet pode apresentar sintomas sistêmicos, como fraqueza, apatia, falta de ar, tosse e perda de peso.

Diagnóstico e tratamento
A confirmação do câncer de mama é feita pelo médico-veterinário por meio de exame clínico e exames complementares, como ultrassonografia, citologia e biópsia. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhores são as chances de cura e de um tratamento menos invasivo.
Na maioria dos casos, o tratamento envolve cirurgia para retirada do tumor e, quando necessário, sessões de quimioterapia para eliminar possíveis células malignas remanescentes. Também podem ser indicados medicamentos de suporte e ajustes na alimentação para ajudar na recuperação.
Autoexame no pet existe!
Realize a palpação das mamas durante um momento de carinho:
- Espere o animal estar relaxado.
- Com a ponta dos dedos, toque suavemente cada mama, observando se há nódulos, caroços ou dor.
- Faça o exame com frequência e, ao notar qualquer alteração, leve o pet ao veterinário.
Mesmo sem sinais visíveis, manter o acompanhamento veterinário é essencial. Exames de rotina ajudam a detectar alterações em estágios iniciais e aumentam as chances de um tratamento bem-sucedido.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1492, de 24 de outubro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.








