Você já reparou que seu pet parece “pegar” seu jeito com o passar do tempo? Pois essa impressão não é só coisa de tutor coruja. Um estudo publicado na revista Personality and Individual Differences revelou que cães podem se parecer com humanos em aspectos como extroversão, ansiedade, impulsividade e até no índice de massa corporal (IMC).
Segundo a psicóloga e pesquisadora Renata Roma, essa semelhança pode surgir tanto pela convivência diária quanto pela escolha consciente do tutor. “Muitas vezes, a pessoa já escolhe o cão observando o temperamento que deseja. Com o tempo, essa sintonia se intensifica: eles reforçam comportamentos um do outro e aprendem juntos”, explicou em entrevista à CNN.
Curiosamente, pesquisas mostram que é possível identificar pares de cães e tutores apenas por fotos, sem conhecê-los, devido à similaridade física e comportamental. Isso indica que, assim como escolhemos amigos e parceiros com características que nos agradam, fazemos algo parecido ao adotar ou comprar um cachorro.
Semelhanças físicas e comportamentais
As coincidências não ficam apenas no comportamento. Estudos apontam, por exemplo, que mulheres de cabelos longos tendem a preferir cães de orelhas compridas, enquanto as de cabelos curtos optam por animais de orelhas pequenas. “Não é uma regra, mas existe uma tendência”, afirma Roma.
Essas preferências, somadas à convivência, fazem com que cães possam se parecer com humanos de forma cada vez mais evidente. Isso acontece porque ambos se influenciam mutuamente, criando uma troca emocional e comportamental única.
Convivência que transforma
Roma destaca que essa relação funciona como uma “via de mão dupla”: um tutor mais calmo pode ajudar o cão a controlar melhor suas emoções, enquanto alguém mais agitado pode estimular comportamentos mais inquietos no pet.
O tom de voz, a rotina e até os hábitos de sono influenciam diretamente no animal. Inclusive, estudos mostram que níveis elevados de cortisol, hormônio ligado ao estresse, nos tutores tendem a refletir nos cães. “Eles aprendem observando nossa rotina e sentindo nossas emoções”, explica a pesquisadora.
Apesar dessa troca, é fato que os pets absorvem mais do tutor do que o contrário. Por isso, criar um ambiente equilibrado e rotinas estáveis contribui para um relacionamento saudável e harmonioso.
A importância de conhecer essas semelhanças
Entender que cães podem se parecer com humanos ajuda não só por curiosidade, mas também em processos de adoção. Quanto maior a compatibilidade entre tutor e animal, menores são as chances de abandono ou devolução.
Essa percepção pode ser valiosa para ONGs e protetores na hora de indicar cães para determinados perfis de adotantes. Contudo, Roma alerta: “Mesmo quando há similaridades, conflitos podem surgir. É fundamental ter paciência e empatia durante o período de adaptação”.
Assim, mais do que buscar um pet com “o seu jeito”, o segredo está em construir uma relação baseada no respeito, na compreensão e no cuidado constante.
Resumo: Estudos mostram que cães podem se parecer com humanos tanto física quanto emocionalmente, resultado de escolhas conscientes e da convivência diária. Essa troca influencia comportamento, humor e até a saúde dos dois lados. Saber disso pode tornar adoções mais assertivas e relações mais saudáveis.
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