Stênio Garcia deu entrada no hospital no último sábado (1º), queixando-se de fortes dores nas pernas, na região da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Após uma avaliação médica, foi diagnosticado com septicemia aguda, uma infecção generalizada no sangue causada por uma bactéria. Em meio às dificuldades, amigos e parentes aproveitaram para recordar a profissão cheia de sucessos do ator.
Ao longo de sua carreira, Stênio se destacou por sua versatilidade como ator, enfrentando desafios diversos em seus papéis. Em uma entrevista anterior, ele compartilhou suas experiências ao interpretar personagens complexos e os sacrifícios envolvidos em sua busca pela excelência artística.
Durante uma entrevista a Rede Globo, Stênio relembrou alguns dos momentos mais desafiadores de sua carreira, onde mergulhou de cabeça em personagens complexos. Com brilho nos olhos, ele compartilhou detalhes sobre suas experiências em obras como “Que Rei Sou Eu?” e “Aleijadinho”, revelando o comprometimento necessário para trazer autenticidade a cada papel.
“Em Que Rei Sou Eu?, tive que fazer um ano e meio de acrobacia de solo para compor o personagem. Dei meu primeiro salto mortal aos 57 anos de idade e nunca tinha passado pelo circo. Foi difícil”, confessa Stênio. Sua dedicação era tamanha que interpretou dois personagens distintos, um revolucionário e um bobo da corte, em uma mesma produção. A complexidade da dualidade exigia que ele ocultasse o revolucionário por trás da figura cômica, uma tarefa desafiadora para qualquer ator.
Outro momento marcante em sua carreira foi ao interpretar o icônico Aleijadinho. “Era um sofrimento que eu não conhecia”, revela Stênio. Para alcançar a profundidade do personagem, ele amarrou as mãos por semanas, recriando o tipo de aleijão que Aleijadinho possuía. O sacrifício foi real, com unhas crescendo e penetrando em sua carne, uma experiência que trouxe à tona a dor do personagem de forma visceral.
Stênio também compartilhou sobre sua busca constante por desafios externos, afastando-se da comodidade que muitos atores encontram em papéis estereotipados. Ele enfatizou a importância de viver experiências reais, trazendo conhecimento e enriquecendo sua atuação. “Eu tenho medo de escalar o Stênio porque se tiver que fazer um alpinista, ele vai escalar o Pão de Açúcar”, brincou o diretor Antunes, evidenciando a sede de Stênio por vivenciar a realidade em busca de veracidade em seus personagens.
Enquanto Stênio Garcia permanece sob cuidados médicos, seus fãs e colegas de profissão desejam sua pronta recuperação. Com uma carreira que abrange décadas e uma extensa lista de trabalhos notáveis, Stênio sempre demonstrou seu comprometimento em explorar novas possibilidades artísticas e se entregar aos desafios que seus personagens exigem.