Sucesso nos anos 2000, a novela ‘Uga Uga‘ entretia os espectadores com o humor ácido de Carlos Lombardi (64) e as aventuras que Tatuapu, o indígena loiro, enfrentava ao conhecer a cidade. Hoje, disponível no Globoplay, o título desperta curiosidade para os bastidores, que segundo o protagonista Claudio Heinrich (50) e o diretor Alexandre Avancini (57) são um prato cheio de histórias para contar.
“Dá saudade, eram praticamente 24 horas de trabalho”, conta Heinrich, em uma conversa exclusiva com a Ana Maria. Ele e Avancini relembram que os horários de almoço eram aproveitados para dormir, e que faziam as refeições em minutos para poder descansar um pouco da rotina cansativa, que já não poderia ser repetida atualmente em novos folhetins.
Além da jornada de trabalho puxada, eles tiveram que lidar com a nudez no set de filmagens. Como a trama representava uma comunidade indígena, o protagonista e outros personagens ficavam seminus, em muitas ocasiões usando apenas tangas para cobrir as partes íntimas. Com o tempo, eles contam que se acostumaram, mas as histórias não pararam de surgir.
Avancini conta que as maquiadoras do elenco disputavam para cobrir as marcas de sunga de Heinrich. “Era uma briga para maquiar a bunda dele”, diz em tom de brincadeira. E o protagonista também conta que já precisou refazer uma sequência inteira porque a tanga não cumpriu seu papel, o deixando completamente nu em uma cena de ação, gravada no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro.
“Era uma cena alucinante, com muitas pessoas do elenco, figurantes, helicóptero… Meu personagem saía correndo de um táxi pela janela, subia em cima de um carro, que amassou o teto. Depois de fazer a primeira vez, me falaram que eu teria que gravar de novo. Eu usava uma tanga e tinha que correr para bater um recorde. Podemos dizer que eu fiquei completamente nu”, relembra.
Além disso, as cenas na natureza também trouxeram alguns perrengues para se lembrar. Em uma das locações, eles precisavam chegar a uma cachoeira e precisaram improvisar uma tirolesa para fazer a passagem do elenco e equipamentos. “Tivemos que atravessar uma parte do trajeto pendurados, em cordas. Fizemos uma tirolesa grande, e se caía, caiu. Era super seguro”, brinca Avancini.
A mesma gravação também causou um desconforto para Heinrich, que precisava pisar descalço na maioria das cenas. Ele conta que, na cachoeira em questão, o chão era muito sujo por ser uma espécie de buraco, e isso o assustou para gravar. “Eu era o rei da floresta, não podia aparentar nada de medo. Mas gravando, virei o rei da floresta mesmo.”
A solução para diminuir os riscos de machucar os pés, tanto do galã quanto de Humberto Martins (61), foi criar pés falsos de borracha, para que eles usassem como um tênis e evitassem o contato do pé com o chão. “Mandamos fazer dois pés de borracha falsos, que eles calçavam em cima dos pés para não machucar. Nunca tinha sido feito, foi uma ideia pioneira”, conta Avancini.