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‘Laços de Família’ volta em setembro na Globo; relembre as Helenas das novelas de Manoel Carlos

A campeã da lista é Regina Duarte, que já interpretou a protagonista três vezes

Ives Ferro Publicado em 27/08/2020, às 08h00

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Reynaldo Gianecchini, Carolina Dieckmann, Vera Fischer (Edu, Camila, Helena) - Roberto Steinberger
Reynaldo Gianecchini, Carolina Dieckmann, Vera Fischer (Edu, Camila, Helena) - Roberto Steinberger

Após o fim de ‘Êta Mundo Bom!’, ‘Laços de Família’ voltará a ser reprisada no Vale a Pena Ver de Novo, a partir do dia 7 de setembro. Essa é a terceira vez que a novela, escrita por Manoel Carlos, voltará a ser exibida na TV.

Nas histórias cotidianas do autor, a protagonista Helena sempre foi uma marca. Ao longo de suas nove novelas, diversas atrizes ganharam representações da heroína. 

Mas quem bateu recorde de repetições foi Regina Duarte, que já interpretou uma personagem Helena em três novelas diferentes. Taís Araújo fez história como a primeira Helena negra, e Bruna Marquezine também recebeu uma homenagem do autor.

Na lista abaixo, relembre todas as Helenas das novelas de Maneco!

LILIAN LEMMERTZ, EM ‘BAILA COMIGO’ (1981)


Veterana na TV, Lemmertz não imaginou que ia dar início a uma marca emblemática na teledramaturgia brasileira. A atriz viveu uma dona de casa que foi aterrorizada pelo segredo de ter separado os filhos gêmeos, João Victor e Quinzinho (Tony Ramos), que crescem sem saber da existência um do outro.

Na época, o folhetim causou certo desconforto entre o elenco, repleto de estrelas da Globo. Alguns se queixaram de não ter o devido destaque na trama, e até pediram para mudar a ordem de aparição do nome na abertura. Além disso, Manoel sofreu com a censura e precisou eliminar Silvia, personagem de Fernanda Montenegro, que se envolveria com Raul Cortez. Duas curiosidades: Lilian é mãe da também atriz Júlia Lemmertz e, inicialmente, Montenegro era escalada para ser Helena.

MAITÊ PROENÇA, EM ‘FELICIDADE’ (1991)


A segunda Helena esteve na pele de Proença. Nessa história, ela era uma moça simples e doce do interior de Minas Gerais. Grávida, vai para o Rio de Janeiro em busca de novas oportunidades, escondendo a paternidade de sua filha, Bia (Tatiane Fontinhas Gourlat).

Com Felicidade, o autor voltava à Globo após oito anos afastado. Essa também foi a primeira novela da emissora a ter uma mulher na direção-geral, Denise Saraceni. Vivianne Pasmanter, que estreava na televisão, destacou-se no papel de Débora, uma vilã neurótica e temperamental. A atriz se tornou uma das preferidas do dramaturgo, e repetiu a parceria em ‘Por Amor’, ‘Páginas da Vida’ e ‘Em Família’.

REGINA DUARTE, EM ‘HISTÓRIA DE AMOR’ (1995)


A trama, protagonizada por mulheres, mostrou novos conflitos com as protagonistas envolvidas num quadrilátero amoroso: Paula (Carolina Ferraz) era a noiva de Carlos Alberto (José Mayer), cuja a ex, Sheila (Lilia Cabral), ainda era apaixonada. Por fim, entrou na história Helena (Regina Duarte), que ele conhece e se dá bem logo de cara. 

Em paralelo, a protagonista sofria com a filha temperamental, Joyce (Carla Marins), que precisava lidar com uma gravidez na adolescência. Mesmo com o sucesso, a primeira sinopse foi alterada por determinação do Ministério da Justiça. Manoel Carlos havia criado um triângulo amoroso envolvendo Carlos, Helena e Joyce, sem saber que a novela seria exibida às 18 horas.

REGINA DUARTE, EM ‘POR AMOR’ (1997)


Dois anos depois, Regina voltou a encarnar a protagonista de Maneco. Em ‘Por Amor’, Helena mostra seu amor incondicional pela filha, Maria Eduarda (Gabriela Duarte), ao trocar seu bebê pelo filho morto da herdeira.

A abordagem de temas sociais também foi um destaque: a novela falou sobre alcoolismo, por meio de Orestes (Paulo José); racismo, através do casal Márcia (Maria Ceiça) e Wilson (Paulo César Grande); e até bissexualidade, com o personagem de Odilon Wagner, que abandona a mulher para ficar com outro homem.

VERA FISCHER, EM ‘LAÇOS DE FAMÍLIA’ (2000)


Finalmente, Manoel Carlos conseguiu aplicar uma ideia antiga em sua novela: um triângulo amoroso envolvendo mãe e filha. Em ‘Laços de Família’, Helena (Vera Fischer) se apaixona pelo jovem Edu (Reynaldo Gianecchini) e, tempos depois, ele se vê entre ela e Camila (Carolina Dieckmann), filha da amada. Apesar do triângulo, Helena termina a história com Miguel (Tony Ramos).

‘Laços’ trouxe ainda a cena icônica de Dieckmann raspando os cabelos por conta da leucemia de sua personagem. Com o sucesso, a sequência foi usada em campanhas para incentivar a doação de medula óssea. Outra curiosidade é que Íris, personagem de Deborah Secco, foi tão odiada pelo público que a atriz chegou a apanhar em um supermercado. Apesar disso, ela disse não ter se sentido incomodada, e ficou feliz com a repercussão de seu trabalho.

CHRISTIANE TORLONI, EM ‘MULHERES APAIXONADAS’ (2003)


Ambientada no Leblon, bairro nobre do Rio de Janeiro, Torloni foi a escolhida da vez para ser Helena. A personagem era diretora de uma escola e casada com Téo (Tony Ramos), porém fica dividida ao reencontrar César (José Mayer), um amor do passado. Paralelamente, as tramas de Raquel (Helena Ranaldi), que sofria violência doméstica, e da alcoólatra Santana (Vera Holtz) também conquistaram o público.

No livro ‘Autores, Histórias da Teledramaturgia’, Manoel Carlos explicou que sua ideia era dar destaque para vários personagens em determinados momentos da história. Talvez seja por isso que outras tramas consideradas “secundárias” fizeram mais sucesso que a da protagonista.

REGINA DUARTE, EM ‘PÁGINAS DA VIDA’ (2006)


Esta foi a terceira Helena de Regina Duarte, mas quem roubou a cena na novela foi Fernanda Vasconcellos. Ela vivia Nanda, uma jovem que se descobre grávida e é rejeitada pelos pais e o namorado. As histórias se cruzam quando ela morre e deixa um casal de gêmeos. Helena é quem faz o parto, mas Marta (Lilia Cabral), mãe de Nanda, fica apenas com uma deles. A outra, com síndrome de down, é abandonada pela avó, e Helena decide lutar pela guarda da pequena.

Mesmo com sua participação especial, Vasconcellos ganhou o carisma do público e continuou no elenco regular, mas apenas como um “fantasma” de Nanda. ‘Páginas’ mostrou ainda um parto real. A personagem pedia que Helena fizesse seu parto e a atriz Julia Carrera, grávida na vida real, aceitou o desafio de mostrar o nascimento de sua filha em plena novela das 20h.

TAÍS ARAÚJO, EM ‘VIVER A VIDA’ (2009)


Em sua oitava novela, o autor trouxe a primeira Helena negra, com Taís Araújo. Contudo, ela acabou perdendo o destaque na história para o drama de Luciana (Alinne Moraes), sua enteada, que ficava paraplégica. Segundo as pesquisas de opinião, o público culpava Helena pelo acidente de Luciana. Na sinopse, a protagonista viajava com a mimada, e a impedia de usar o carro, obrigando-a a pegar um ônibus. O veículo, por sua vez, sofreu um acidente no meio do deserto.

Manoel Carlos negou, em entrevistas, que a rejeição fosse por conta da personagem negra. Mesmo assim, quem passou a mediar os principais acontecimentos da trama foi Luciana e os gêmeos Miguel e Jorge, interpretados por Mateus Solano.

JÚLIA LEMMERTZ, BRUNA MARQUEZINE E JULIA DALAVIA, EM ‘EM FAMÍLIA’ (2014)


Como o trabalho encerraria sua jornada na TV, Maneco homenageou Lilian, sua primeira Helena, com Julia Lemmertz, filha da atriz, no papel principal. Com três fases, o drama familiar acompanha o triângulo amoroso entre Helena (Dalavia na 1ª fase, Marquezine na 2ª e Lemmertz na 3ª), Virgílio (Humberto Martins) e Laerte (Gabriel Braga Nunes).

Apesar de arcos interessantes como o romance abusivo entre Luiza (Bruna Marquezine), filha de Helena na 3ª fase, e Laerte; e o dilema de Clara (Giovanna Antonelli) ao descobrir sua bissexualidade; a novela não engrenou e foi encurtada pela Globo. 

Vivianne Pasmanter também foi homenageada com a vilã Shirley, mas nada adiantou. A personagem, inclusive, tinha uma cobra de estimação. Só que o animal precisou ser tirado de cena após ela levá-la para casa, na intenção de acostumar a serpente, e o bicho aparentemente “se preparar para dar o bote”.

(Fotos: Globo/ Divulgação)