Motorista de aplicativo assedia garota de 17 anos durante viagem
Uma adolescente de 17 anos de Porto Alegre (RS) compartilhou nas redes sociais alguns vídeos em que mostra o assédio que sofreu de um motorista de aplicativo. A publicação viralizou e repercutiu.
Nas imagens, a jovem mostra o próprio rosto e não identifica o motorista. Ela solicitou uma viagem através de um aplicativo no início da tarde de domingo (17) para visitar uma amiga na cidade de Viamão, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
No entanto, a adolescente foi assediada com comentários invasivos durante o trajeto, que durou menos de 10 minutos.
"Você não acha problema a idade? É que eu sou menor de idade, né?", questiona a ela. "Não é problema igual, ora. Seria problema se tu tivesse 13 anos. E eu acho que tu não tem 13 anos", respondeu o motorista, que acrescentou: "Que aí tu seria uma menor incapaz. De 14 anos para cima tu já é responsável."
Vale ressaltar que perante a lei, a idade mínima de consentimento sexual é 14 anos. O motorista continuou insistindo no assunto.
"Eu namoraria contigo, se tu não tivesse namorado", declarou o suspeito. "É... Mas acho que tu tem idade para ser meu pai", rebateu a garota. "Não sou teu pai, nada", argumentou de volta, ainda afirmando que "faria coisas que teu pai não faria".
A jovem, então, encerra o diálogo com o motorista, que tenta desconversar. "Eu não tenho interesse, obrigada.". "Tô só brincando, eu não to dizendo que você deveria ter interesse", finalizou ele.
O caso repercutiu na web e foi comentado, inclusive, por Maisa Silva. "É um soco no estômago ouvir isso. Felizmente ela tomou coragem e denunciou. Até quando?", escreveu a apresentadora no Twitter. "Estamos com você, Carol. #NaoéNao", acrescentou ela, que também deu uma dica para as seguidoras.
"Aproveitando que é carnaval e que assédio acontece a cada segundo... viu uma garota desconfortável, sendo assediada e ela tá sozinha? Chama ela [e diz] 'Amiga, quanto tempo, saudades, vem cá'. Isso vale pra todo mundo, ok? O pior é quando o assediador vê que a pessoa tem namorado e pede desculpas pro namorado, não pra vítima", escreveu no microblog.
Em nota, a Uber, plataforma na qual a jovem solicitou a viagem, afirmou que o homem em questão já teve sua conta banida do aplicativo.
Confira o posicionamento da empresa:
"A Uber considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência contra mulheres. A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza às autoridades competentes. A conta do motorista parceiro foi banida assim que a denúncia foi feita.
A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Todas as viagens com a plataforma são registradas por GPS. Isso permite que em caso de incidentes nossa equipe especializada possa dar o suporte necessário, sabendo quem foi o motorista parceiro e o usuário, seus históricos e qual o trajeto realizado.
Como parte do processo de cadastramento para utilizar o aplicativo da Uber, todos os motoristas passam por uma checagem de antecedentes criminais realizada por empresa especializada que, a partir dos documentos fornecidos pelo próprio motorista e com consentimento deste, consulta informações de diversos bancos de dados oficiais e públicos de todo o País em busca de apontamentos criminais, na forma da lei. A Uber também realiza rechecagens periódicas dos motoristas já aprovados pelo menos uma vez a cada 12 meses.
Desde 2018 a Uber tem um compromisso público para enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil, materializado no investimento em projetos elaborados em parceria com entidades que são referência no assunto, que inclui campanhas contra o assédio e podcast para motoristas parceiros sobre violência contra a mulher, entre outras ações. Em novembro, a Uber anunciou um investimento de R$ 5 milhões para continuidade desse compromisso ao longo dos próximos anos."