Os ataques foram registrados em um vídeo que viralizou na internet
Jair Bolsonaro fez um ataque pessoal contra William Bonner ao sair do Palácio da Alvorada, na última quinta-feira (7). Em um vídeo conversando com alguns apoiadores, que estavam no local, o presidente ofendeu verbalmente o apresentador do 'Jornal Nacional'.
O registro, que acabou viralizando na internet, mostra Bolsonaro olhando diretamente para a câmera ao dizer: “William Bonner, sem-vergonha”.
Os comentários feitos a seu "inimigo" foram uma reação a uma matéria do 'JN' sobre a demora do governo em comprar seringas e agulhas para a vacinação contra a Covid-19.
O presidente começou falando sobre a antiga verba da emissora. “William Bonner, por que teu salário foi reduzido? Porque acabou a teta do governo. Vocês têm que criticar mesmo [o governo Bolsonaro]”, disse.
“Quase três bilhões por ano [de publicidade governamental] para a imprensa e grande parte para vocês [Globo]. Acabou a grana”, complementou.
“Outra coisa, que vergonha, você defende tanto salário igual de homem e mulher, né? Por que a Renata [Vasconcellos] ganha metade do que você ganha? Por que você não fala?”, questionou o presidente.
Os ataques não pararam nesse assunto. Bolsonaro começou, então, a falar da família Marinho, donos da Globo.
“Por que, William Bonner, você não fala do 1 bilhão e 700 milhões de reais roubados, desvi... roubados por seu patrão Roberto Marinho, de acordo com o doleiro Dario Messer?”, indagou.
Vale lembrar que em agosto de 2020, Bonner leu uma nota, durante o programa, na qual os Marinhos negam a denúncia publicada no site da revista 'Veja'.
Ainda no vídeo registrado por simpatizantes do ex-capitão, ele retomou o ataque ao editor-chefe do 'JN'. “Bonner, você é o maior canalha que existe. Canalhas. O tempo todo mentindo.”
Mais adiante, Bolsonaro começou a diminuir a importância da vacina afirmando que menos de 50% dos brasileiros a tomariam e que, por isso, não seria necessário grande quantidade de seringas.
"Não vai faltar seringas, e outra, alguém sabe quantos porcentos da população vai tomar? Porque, pelo que eu sei, menos da metade vai tomar. Essa pesquisa eu faço na praia, nas ruas… Mas, pra quem quiser, está previsto chegar, em janeiro, 2 milhões de doses", afirmou.
"Deixa a esquerda tomar primeiro, presidente, depois a gente toma", disparou um apoiador ao fundo do vídeo.
Pouco depois, o assuntou voltou-se às eleições de 2022. Jair Bolsonaro afirmou que se o processo eleitoral não mudar para voto impresso haveria o risco de " ter problema pior que os Estados Unidos”. Ele disse isso fazendo referência ao protestos violentos de eleitores deDonald Trump, que perdeu a presidência nas últimas eleições dos EUA. Seus apoiadores acreditam que a vitória de Joe Biden foi roubada nas urnas.
TREJEITOS
William Bonner virou um dos assuntos mais comentados do Twitter na noite da última quarta-feira (6), após ler uma declaração de Jair Bolsonaro durante o 'Jornal Nacional'.
Ao repercutir as declarações do presidente, de que o "país está quebrado'', o âncora do noticiário leu uma declaração do presidente na íntegra, em que ele critica o jornalismo, sem excluir trejeitos e gaguejos de Bolsonaro.
"A imprensa sem vergonha. Essa imprensa co... ca... sem vergonha. A imprensa fez uma onda terrível aí. Pra imprensa, bom tava Lula, Dilma", leu Bonner.
Muitos internautas se divertiram com a imitação de Bonner. "William Bonner imitando até os erros do Bolsonaro", brincou uma. "Cara, o @realwbonner imitando o Bolsonaro no Jornal Nacional foi IMPAGÁVEL. Os gaguejos e trejeitos da fala! Eu tô gritando muuuuuito!", comentou outra.