Aos 42 anos, Sabrina Sato decidiu dar um tempo nos planos de ampliar a família. Após enfrentar duas perdas gestacionais recentes, a apresentadora revelou que congelou seus óvulos para ter mais liberdade e segurança em relação ao futuro reprodutivo. “Eu preciso de um tempo. Não quero criar expectativas agora”, disse em entrevista à revista Glamour.
A atitude da artista não é isolada. Cada vez mais mulheres têm buscado o congelamento de óvulos como forma de manter a autonomia sobre o próprio tempo.
Dados do IBGE mostram que a gravidez acima dos 35 anos aumentou 63% na última década, enquanto os nascimentos entre adolescentes caíram 23%. Diante desse cenário, o procedimento vem se consolidando como alternativa para quem deseja adiar a maternidade.
O que é o congelamento de óvulos?
A técnica consiste em preservar os óvulos da mulher para uma possível gestação futura, seja por motivos de saúde, pessoais ou profissionais. Segundo Larissa Matsumoto, especialista em Reprodução Assistida da clínica VidaBemVinda, o ideal é considerar essa opção antes dos 35 anos, quando ainda há boa quantidade e qualidade de óvulos.
“Nós recomendamos que a consulta com um especialista entre no check-up da mulher até os 30 anos de idade. Muitas só chegam depois dos 35, quando a perda já foi significativa”, afirma a médica.
Fertilidade e o fator idade
A mulher nasce com cerca de 2 milhões de óvulos, mas essa reserva diminui progressivamente. Aos 37 anos, cerca de 90% deles já se perderam. A idade, portanto, é um fator decisivo. “Perdemos não só a quantidade, mas também a qualidade dos óvulos, o que dificulta a formação de embriões viáveis para gerar uma gravidez”, destaca Larissa.
Como é feito o congelamento: passo a passo
O procedimento exige acompanhamento especializado e é dividido em etapas:
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Estimulação ovariana
São aplicadas injeções hormonais por cerca de dez dias para estimular o crescimento dos folículos. O processo pode provocar efeitos colaterais, como inchaço e alterações de humor, mas é monitorado por ultrassonografias frequentes. -
Coleta dos óvulos
O procedimento é feito com sedação, dura cerca de 30 minutos e não costuma causar dor intensa. Após a coleta, os óvulos maduros são selecionados para o congelamento. -
Congelamento
Os óvulos são tratados com substâncias que evitam danos e armazenados em nitrogênio líquido a -196°C. Eles podem permanecer congelados por tempo indeterminado, até que a mulher decida usá-los. -
Descongelamento e fertilização
Quando chega o momento de engravidar, os óvulos são fertilizados com o sêmen do parceiro (ou de um doador) e, em seguida, os embriões são transferidos para o útero.
Congelamento de óvulos não garante gravidez, mas aumenta as chances
Embora o congelamento de óvulos amplie as possibilidades de gestação, ele não oferece garantia absoluta. “O ideal é congelar ao menos 15 óvulos antes dos 35 anos. Após essa idade, esse número varia conforme a qualidade e o tempo de espera para uso”, orienta a médica.
Resumo:
Após duas perdas gestacionais, Sabrina Sato decidiu congelar seus óvulos aos 42 anos e adiar a maternidade. A escolha chama atenção para o aumento das gestações tardias e o papel do planejamento reprodutivo. Especialista explica como funciona o procedimento e quando ele é indicado.

Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!