O atraso na fala é uma das queixas mais comuns nos consultórios de pediatria e fonoaudiologia. Essa preocupação é totalmente válida afinal, a fala e a linguagem são marcos essenciais do desenvolvimento infantil, assim como engatinhar ou andar.
Por isso, é um mito acreditar que “cada criança tem seu tempo” ou que “uma hora ela vai falar”. O desenvolvimento segue etapas esperadas, e atrasos significativos não devem ser ignorados.
Neste artigo, vamos falar sobre os principais marcos da fala, sinais de alerta, possíveis causas de atraso e quando procurar ajuda profissional.
Marcos do desenvolvimento da fala e linguagem
Cada fase da infância traz conquistas importantes. Veja os principais pontos de atenção:
- Aos 6 meses: surgem os balbucios, intercalados com a fala dos cuidadores.
- Aos 12 meses: a criança entende comandos simples, reconhece algumas palavras e aponta para objetos quando solicitado.
- Aos 18 meses: começa a formar frases curtas, com vocabulário entre 20 e 50 palavras.
- Aos 2 anos: usa frases de 3 palavras, já deve ter pelo menos 50 palavras no vocabulário e ser compreendida por adultos fora do convívio diário.
- Aos 3 anos: cria frases longas e fala sobre eventos passados.
- Entre 3 e 5 anos: entende tudo o que o adulto fala, faz perguntas, usa frases mais complexas e plural.
- Se houver atraso significativo em alguma dessas etapas, é hora de investigar.
Principais fatores que podem causar atraso na fala
O atraso na fala pode ter muitas causas, desde estímulos ambientais até questões de saúde. Entre os fatores mais comuns, destacam-se:
- Pouca interação
A fala se desenvolve na troca entre a criança e seus cuidadores. Brincar, conversar, cantar e contar histórias são fundamentais.
Atenção: excesso de telas (celulares, tablets, TV) atrapalha bastante o desenvolvimento da linguagem.
- Mastigação inadequada
A progressão da alimentação também influencia. Crianças que preferem papinhas por muito tempo podem ter menos fortalecimento da musculatura da face, dificultando a fala.
- Problemas auditivos
Mesmo que o teste da orelhinha ao nascer seja normal, outras condições, como otites frequentes, podem comprometer a audição e, consequentemente, a fala.
Muitas vezes, a criança considerada “preguiçosa para falar” pode, na verdade, não estar ouvindo bem.
- Questões cognitivas
Déficits de atenção, memória, inteligência ou até dificuldades emocionais também podem influenciar no aprendizado da linguagem.
O que fazer se meu filho não fala?
Não espere “o tempo dele” – existem parâmetros claros sobre o que é normal e o que não é.
Observe os marcos do desenvolvimento – compare com a idade da criança.
Evite o excesso de telas – opte por brincadeiras interativas.
Estimule a fala no dia a dia – converse, leia histórias, incentive a criança a se expressar.
Procure ajuda especializada – se notar desvios importantes, consulte um pediatra ou fonoaudiólogo.
Na maioria das vezes, o tratamento envolve uma equipe multidisciplinar, com profissionais de saúde e educação trabalhando juntos para apoiar a criança.
O atraso na fala não deve ser visto apenas como uma fase. Ele pode estar ligado a diferentes fatores e precisa de atenção. Quanto mais cedo a criança for avaliada, maiores as chances de um desenvolvimento saudável.
Se você tem dúvidas sobre o desenvolvimento da fala do seu filho, procure orientação médica. O acompanhamento profissional faz toda a diferença!