Estamos em uma temporada eletrizante de premiações. Globo de Ouro, Grammy e, logo mais, o Oscar. Graças à “Ainda Estou Aqui”, o Brasil está bem mais conectado a tudo isso, já que somos concorrentes reais de ganhar e temos boas chances, para além dos prêmios que já vencemos.
Neste contexto, um elemento interessante e comum surgiu nos discursos de Beyoncé, que venceu o prêmio de “álbum do ano” por “Cowboy Carter” no último domingo (2/3) no Grammy, e de Demi Moore, que ganhou o Globo de Ouro na categoria “Melhor atriz” em filme de comédia, pelo filme “A Substância”, no começo do ano.
Ambas ressaltaram que trabalharam anos até chegar este momento. Demi Moore disse “eu faço isso há 45 anos”, referindo-se ao fato de este ter sido o primeiro grande prêmio de sua vida, mesmo sendo a pessoa que é.
Beyoncé não pôde dizer o mesmo, já que é a recordista mundial de Grammys, ao todo são 38 prêmios. Ninguém na história ganhou mais do que ela. Mesmo assim, esta foi a primeira vez que ela venceu na categoria “Álbum do ano”. Em relação a isso, ela também destacou “são tantos anos fazendo isso, 25 anos”.
É interessante notar essa valorização do “tempo” nas falas das artistas. Reconhecer que boas coisas levam anos joga contra o etarismo e valoriza a experiência, em detrimento da juventude, da sorte, das vitórias que aconteceram “pelo acaso”.
A humildade na fala de duas personalidades tão poderosas demonstra que é preciso ter muito perseverança e, no caso de Demi, até desapego aos reconhecimentos mais altos, caso a gente queira fazer bem o que gostamos de fazer. Trabalhar duro, ter paciência e persistir naquilo que acreditamos pode estar voltando a estar na moda, sem ser um discurso careta.