Tatá Werneck voltou a falar sobre os últimos momentos que teve com Paulo Gustavo. Ele, que faleceu na última terça-feira (4) devido complicações do coronavírus, costumava animar o hospital e recebia muito carinho dos médicos, segundo a atriz. Em entrevista ao jornal O Globo, ela prestou uma bela homenagem ao artista.
“O Paulo brincava muito com os enfermeiros, contava piadas, fazia de tudo para animar aquele lugar. Nas duas vezes em que me ligou por Facetime disse que o humor o estava salvando. Os enfermeiros diziam que não ia ter corredor suficiente no hospital de tanta gente que o aplaudiria quando se recuperasse”, relatou a esposa de Rafael Vitti.
“Tudo no Paulo é majestoso, grandioso. Ele ia para o teatro e era um fenômeno. Para o cinema, e fazia a maior bilheteria. Do mesmo tamanho era o seu nível de generosidade. Qualquer pessoa que ele soubesse que tinha um grande talento, ele fazia o que podia para que tivesse sucesso. Com a Iza foi assim”, completou.
Werneck disse ainda que o amigo é tão intenso, que um simples encontro era transformado em festa: “Nunca passei um dia mais ou menos com ele. Impossível falar dele no passado, porque o Paulo é vida”.
No restante da entrevista, a atriz lembrou que Paulo Gustavo é responsável por inspirar inúmeras pessoas, e lamentou as perdas no mundo pela covid-19.
“O Paulo tem um jeito único de fazer humor. Você vê hoje em dia várias pessoas falando com o Paulo Gustavo, agindo como ele. Está deixando um legado de filmes incríveis, histórias de emoção, personagens lendários. Criou uma embocadura, uma entonação, uma maneira de falar as coisas com licença poética que lhe permitia criticar o que ninguém consegue. É perfeccionista, pensa em cada detalhe, não aceita nada mal feito. É desesperador o que está acontecendo. Sempre tive muito medo da morte, mas não tem como esse lugar não ser bom, porque o Paulo anima qualquer lugar”, desabafou.
“O Paulo é essa pessoa que está dilacerando a gente de saudade, mas pensar em cada vida perdida para a Covid-19, nas famílias que estão sofrendo… As pessoas precisam entender que não é brincadeira. Pensar que através do seu trabalho honesto conseguir ter recursos para ter a melhor estrutura, mas mesmo assim não foi suficiente…”, finalizou.