A causa da morte de Luiz Carlos Araújo, de 42 anos, foi divulgada pela equipe que investiga o caso, nesta quinta-feira (23). Segundo o laudo do IML (Instituto Médico Legal) ao qual o UOL teve acesso, o artista morreu por uma asfixia acidental.
O documento da perícia afirma ainda que Luiz tinha drogas no organismo quando morreu. Um trecho do texto diz que “não foram observados sinais de alteração externas ou internas” no corpo.
No laudo, consta ainda que houve associação de antidepressivos, cocaína e álcool. Assim, ficou determinada a causa da morte, associada ao confinamento e rebaixamento do nível de consciência.
“Consta da ocorrência que a vítima foi encontrada com um saco preto na cabeça, prática essa conhecia em Literatura Médica como re-respiração, usada com certa frequência para aliviar a respiração rápida e descontrolada em situações de ansiedade e em muitas práticas de asfixiofilia/parafilias, com o intuito de aumentar o teor de dióxido de carbono e diminuir o teor de oxigênio, variações estas que causam vasodilatação ou vasoconstrição de vasos extra e endocranianos. Tal prática pode ter como complicação a asfixia por confinamento (troca do ar respirável por ar irrespirável)”, consta o texto.
O CASO
Luiz Carlos foi encontrado morto em seu apartamento, localizado em São Paulo (SP). O corpo estava na cama, com uma sacola plástica enrolada na cabeça.
DEPOIMENTO
Marilice Cosenza, uma das amigas do artista, chegou a comentar sobre os últimos momentos que teve com Luiz. Ela foi uma das amigas que falou com ele dias antes da tragédia.
“Conversei com amigas, que foram ao apartamento dele para sabermos notícias. Com a polícia e um chaveiro, acharam ele falecido na cama parecia já há uns três dias. Falei com ele no domingo [5 de setembro] e fui uma das últimas. Tudo triste e inacreditável. Assim que eu tiver mais informações, inclusive do velório, eu aviso. Oremos por ele, lembremos da alegria dele e celebremos a arte como ele brilhantemente fazia”, lamentou ela.
Ao UOL, ela deu mais detalhes sobre o momento em que chegou na casa dele: “Ninguém atendeu a porta. O porteiro foi, tocou [a campainha] e sentiu um cheiro muito forte vindo do apartamento. Chamaram a polícia e um chaveiro. Abriram o apartamento e encontraram o Luiz na cama, já falecido”.
PASSAGEM SECRETA
Recentemente, a polícia descobriu uma espécie de passagem secreta que dava acesso ao imóvel sem a necessidade de passar pela portaria. Além disso, as autoridades identificaram que todas as câmeras de segurança internas estavam desligadas. Os cabos que davam acesso à internet e à TV por assinatura também haviam sido desconectados da tomada.
Segundo o site Notícias da TV, que teve acesso ao B.O sobre a morte do artista, as circunstâncias em que a polícia chegou ao apartamento são cercadas de mistérios. O documento pontua que Luiz Carlos não apresentava sinais de violência física, exceto um saco preto na cabeça.
Quanto à passagem secreta, a polícia identificou uma grande área aberta no quarto da vítima, com uma rede que fazia parede contígua com uma caixa d’água. Uma das hipóteses dos investigadores é que alguém tenha entrado no imóvel sem antes passar pela portaria.
“Aparente possibilidade de sair do apartamento –apenas, obviamente, por alguém que o conhecesse muito bem, assim como a rotina do prédio e dos vizinhos”, descreve o boletim de ocorrência.
Os próximos passos da investigação são a perícia de alguns itens da casa em busca de impressões digitais, além da realização de exames necroscópico, sexológico e toxicológico no corpo da vítima.
SUSPEITO
O namorado do artista, identificado como Luís, que frequentava o apartamento diariamente, prestou esclarecimento à polícia também nesta quinta (23).